Onde investir: PGBL, VGBL e suas tributações

Entenda sobre o as duas modalidades da previdência privada

Por: Marcelo Santos  -  18/07/20  -  12:49
Em cifras, crescimento do salário mínimo será de R$ 52 em 2019
Em cifras, crescimento do salário mínimo será de R$ 52 em 2019   Foto: Agência Brasil

Investimento a princípio conservador, a previdência privada é a melhor opção para quem tem dificuldade em administrar o dinheiro. Como os juros despencaram, o jeito é optar por um fundo que tenha ações, ainda que em baixa proporção. Sim, isso vai embutir um pouco mais de risco, mas algo que se tornou obrigatório, porque o CDI, a taxa de referência das rendas fixas, praticamente perde para a inflação. Como a lógica da previdência privada é contribuir por muito tempo para usufruir daqui muitos anos, melhor trabalhar para aumentar essa bolada. Porém, se você já está perto do momento dessa aposentadoria (privada, não a pública), é melhor não inventar. Se for jovem e sem dependentes, dá para correr mais risco (não é só uma questão de ter ou não medo de perder dinheiro). 


A previdência privada tem duas modalidades, PGBL e VGBL. A PGBL é ideal para quem quer fazer abatimento na declaração. Se não vai abater, vá para o VGBL. Com o PGBL, paga-se imposto só no saque, mas sobre o total. Porém, antes, o rendimento se deu sobre valor maior, sem o desconto de impostos ao longo das contribuições. No VGBL, o IR, de 15%, recai apenas sobre o rendimento, mas poderá até ser menor se for de tributação progressiva (leia a seguir).


No PGBL, dá para abater 12% de sua renda bruta na declaração completa (paga-se menos IR). Mas, se você tem mais dinheiro para investir e percebeu que vai superar esses 12%, aplique essa diferença no VGBL ou em outro produto. Dica: se não houver a vantagem da isenção fiscal, o PGBL não vale a pena. Se sua declaração é a simplificada, faça obrigatoriamente o VGBL. 


Outra vantagem da previdência privada é a opção por tributação regressiva ou progressiva. Na regressiva, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado menos se pagará imposto. A alíquota começa com 35% nos dois primeiros anos, e recua 5% a cada outros dois (30%, 25%, 20% e 15%). A partir de dez anos, serão sempre 10%. 


Mas qual a graça de optar pela progressiva? Ela considera o tamanho da sua renda, com alíquota de 7,5% a 27,5%. Ao declarar, você vai informar salários, ganhos com aluguel e outros rendimentos, daí vem a alíquota do seu nível de renda. Segundo um contabilista, se você sacar tudo, a alíquota é de 15% no ato. Ao fazer a declaração, faz o ajuste conforme sua renda. Por isso, nada de se decidir com pressa.


Saque da regressiva


Optou pela previdência privada de tributação regressiva, mas decidiu sacar antes de usufruir da renda? Se o motivo é a opção por uma outra aplicação mais vantajosa e não uma urgência, veja com o banco ou administrador do fundo em quais alíquotas estão seus recursos. Por exemplo, o dinheiro que estiver aplicado há menos de dois anos pagará 35%. Ao invés de retirar tudo, vá sacando só a parte mais antiga. A soma que estiver há mais de dez anos terá desconto de 10%.


Poupe antes, gaste depois


Se o seu problema é disciplina para guardar dinheiro, faça a opção do débito automático específico para a previdência privada para o mesmo dia em que você recebe o seu salário ou o pagamento do cliente, se for profissional liberal ou prestador de serviço. Isso facilita o controle. Jamais deixe para fazer a aplicação mensal com o que “sobrar” no fim do mês. De nada adianta, investir, mas ter que pagar juros do cheque especial, que supera com folga o do investimento. 


Taxas proibitivas


Fuja das taxas cobradas pelos fundos, inclusive os de previdência. Há as de administração e a de carregamento, que recai na hora do saque. Há alguns que cobram a de performance, como ações e multimercado, quando o fundo rende mais que um índice de referência, como o CDI ou o Ibovespa. Não se acomode com o que seu banco oferecer. Pesquise no mercado e aproveite que dá para abrir conta em corretoras apenas enviando documentos pelo celular. 


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