Onde investir: Ouro, dólar e bitcoin

Mesmo quem é conservador deve diversificar seus investimentos

Por: Marcelo Santos  -  13/06/20  -  15:32
Renda com dividendos.
Renda com dividendos.   Foto: Adobestock

Vamos admitir que investir em ouro, dólar e bitcoin é para poucos. Não pela quantia necessária para começar a investir nesses produtos, afinal há opções mais baratas, mas pelo desconhecimento, que resulta em medo. Os tempos agora não são convidativos para aventuras, entretanto, não dá para se acomodar com as baixíssimas rentabilidades pagas pelas aplicações conservadores, desde Tesouro Direto, caderneta e fundo DI, até CDB e LCI, entre outras alternativas de renda fixa. Hoje o CDI (taxa de referência dos títulos privados, como CDB), remunera em 2,9% ao ano e, como a taxa Selic deve cair para 2,25% na próxima semana (hoje está a 3%), é possível que o CDI fique abaixo de 2%. Na mesma toada, a caderneta irá para 1,575%. 


Mesmo quem é conservador deve diversificar seus investimentos, incorporando um pouco de risco, como fundos multimercados e bolsa, sempre em uma porção inferior (de 10% a 30% de todo seu dinheiro), evitando perda elevada do patrimônio se eles se desvalorizarem bruscamente. 


Já o ouro, dólar e bitcoin entram como reserva de valor para tempos de incerteza. Alguns analistas sugerem investir entre 3% e 5%, por exemplo, em dólar. Outros recomendam ouro e há os moderninhos que gostam de bitcoin. Esses ativos são ideais para incertezas porque, em tese, é para eles que grandes investidores vão quando se duvida das bolsas e dos papéis da renda fixa (lembra que eles também caíram muito em março e abril?).


Nesse período, esse trio também passou por dias difíceis, mas resistiu melhor que a bolsa. Entre 26 de fevereiro, quando as ações começaram a despencar, e 29 de maio, o Ibovespa se desvalorizou 17,3%. No mesmo período, o ouro (futuro da Comex) subiu 6,25%, o dólar saltou 19,9% e o bitcoin, segure-se na cadeira, ganhou 27,4%. Agora deve estar pensando. “É para eles que eu vou”. Não, porque o momento é outro e a retomada das economias (Brasil ainda não, né?) reanimou o investimento na bolsa. Portanto, as incertezas diminuíram. 


Mas e se o coronavírus pregar uma peça e reaparecer no próximo ano. Ou, no Brasil, com tantos erros frente à pandemia, se a economia degringolar de vez? Por isso, como o Brasil é imprevisível e as crises sempre voltam, vale a pena pensar em ter uma pequena parte dos investimentos nesse trio (um dos três pelos menos). 


Como comprar ouro


O pequeno poupador pode achar que não tem condições de investir em ouro, bitcoin ou dólar. Não é bem assim. Há corretoras de criptomoedas que operam a partir de R$ 50. No caso do ouro, dá para investir via mercado de futuros, fundos especializados ou até em barra. O mais acessível, apesar da baixa liquidez (poucos compradores), é comprar de uma corretora o contrato fracionado (OZ3D) de 0,225 g do ouro. Na última quarta-feira custava a R$ 60.


Objetivos no câmbio


Para investir em qualquer moeda depende do objetivo: especular para embolsar valorização ou se proteger da variação do câmbio – seja para turismo, remessa para parentes ou pagar dívidas em dólar ou importações. Quem só especula precisa ter muito conhecimento devido ao risco com vaivéns constantes. Na segunda situação, basta investir quantia igual ao valor almejado. Se a moeda subir ou cair, tanto faz, pois o resultado cobrirá o compromisso externo.


Operações com dólar


Se vai investir em dólar, seja qual for o motivo (veja nota anterior), veja as operações. A mais básica para quem vai apenas fazer turismo é ir a uma casa de câmbio e cobrar moeda aos poucos – nunca deixe para adquirir tudo na véspera do voo. Dá ainda para aplicar em fundo cambial, geralmente a partir de R$ 500, e resgatar perto do seu compromisso para comprar a moeda. Ou invista em minicontrato de dólar na bolsa, opção mais cara, por exemplo, a US$ 10 mil.


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