Onde Investir: Lições da Magalu

Coluna analisa dados e ajuda o leitor a entender entre a melhor renda variável

Por: Marcelo Santos & Da Redação &  -  20/06/20  -  19:27
Em cifras, crescimento do salário mínimo será de R$ 52 em 2019
Em cifras, crescimento do salário mínimo será de R$ 52 em 2019   Foto: Agência Brasil

Com a queda da taxa Selic na quarta-feira para 2,25% ao ano, a caderneta passou a render mísero 1,575% anual. Como a inflação pelo IPCA para os últimos 12 meses está a 1,88%, sua poupança, mesmo reajustada, passará a perder valor – exceto se houver deflação. Mas, se você passar a investir na bolsa? Por exemplo, se for a ação da Magazine Luiza, a grande estrela da B3 (antiga Bovespa), que subiu 158% em 12 meses. 


A coluna vai fazer uma conta – não é sugestão de investimento – apenas para ajudar o leitor conservador a entender melhor a renda variável, que é a ação. 
Com base nesses 1,575%, se você religiosamente aplicar R$ 100 a cada 30 dias na caderneta, no final de 12 meses sua poupança será de R$ 1.210,19. Fácil saber, não? Isso porque se trata de renda fixa – dá para prever quanto se vai ganhar. 


Com base nesses mesmos R$ 100 a cada 30 dias, e se o investimento tivesse sido a ação da Magazine Luiza? Como o preço de uma ação é quebrado, a coluna usou um valor padrão de R$ 100 para facilitar o entendimento. Ao investir na bolsa, você compra ações em centenas (ou fracionado, se abaixo de 100) e multiplica pelo preço unitário para saber quanto vai pagar (por exemplo, 100 x R$ 26,27).


No período escolhido para o investimento (1º a 1º, a Magalu subiu 142%. Então, porque, com 12 mensais de R$ 100, não se chegou a muito mais que R$ 1,7 mil? Porque a renda variável prega surpresas. Nos sete primeiros meses, a ação teve valorização generosa. A cada 30 dias, o saldo saltou de R$ 100 para R$ 231,55 e depois R$ 345,28 e por aí foi. Mas na oitava aplicação, a ação caiu (a pandemia explodia na Europa) e o total foi de R$ 1.144,64 para R$ 1.164,07 (subiu porque se investiu mais R$ 100). No décimo mês, nova queda bem mais profunda, para R$ 930,33. Era um fatídico 1º de abril, com as bolsas sangrando. Em 30 dias, a perda foi de R$ 234! O que você faria? Sacaria tudo? 


Mas... se esperasse até 1º de junho, ganharia, pois a ação se valorizou. Os investidores perceberam que a Magalu se adaptou bem à pandemia. As vendas das lojas de rua caíram 50%, mas as on-line subiram espantosos 200%. No final das contas, em 1º de junho o saldo já estava em R$ 1.704,99.


Pense sinceramente o que teria feito. Sua resposta vai ajudá-lo a escolher se o mundo de ações é para você ou não.


Vai um CDB?


Se a caderneta de poupança está completamente sem graça, o CDB, que não é uma maravilha, até que segura as pontas. No buscador de investimentos Yubb, quem aplicar R$ 1 mil para 12 meses terá como melhor produto o da Arbi, vendido pela Órama, com taxa prefixada de 4,5% ao ano. Lembre-se, bancos menores pagam mais que os bancões, porque têm mais dificuldades de obter recursos. Por isso, é essencial que haja Fundo Garantidor para eventual quebra. 


CDB Diário


Mas há pegadinhas para quem investe em CDB. Você sempre precisa saber se o escolhido tem liquidez diária – é possível resgatar no mesmo dia. Essa facilidade na verdade é uma desvantagem, porque a rentabilidade é menor. Quando a
liquidez é baixa, o resgate é feito só após de alguns meses, um ano ou até mais. No próprio Yubb, pesquisando-se por CDBs diários, o melhor resultado é o do Sofisa, com 110% do CDI (2,31% ao ano), metade do CDB da primeira nota. 


Fundos imobiliários


Quem investe em fundos imobiliários (FIs) tem direito a uma renda mensal, de forma parecida com a de quem tem um imóvel e todo mês recebe aluguel. Considerando um aluguel de R$ 1 mil, para almejar valor igual, você teria que comprar 1.111 cotas do, por exemplo, FI Hedge Top FOFII 3, investindo R$ 126.370. Entenda a conta: R$ 1 mil divididos por R$ 0,90 (remuneração mensal do FI), dando 1.111. Multiplica-se 1.111 pelo preço da cota, de R$ 113,70. (obs.: dá para comprar uma só cota)


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