Mais comportados que a bolsa, os fundos imobiliários (forma indireta de investir em imóveis) se tornaram os queridinhos dos investidores conservadores que migraram parte de seus recursos para a renda variável. Além da maioria desses fundos pagar todo mês uma participação no aluguel dos inquilinos, o investidor tem várias modalidades desse produto para explorar, diversificando para reduzir riscos.
Por exemplo, há os fundos de desenvolvimento – os mais arriscados, porque investem na construção e estão sujeitos a embargos de prefeituras e do meio ambiente ou à venda fraca na planta. Mas se tudo estiver em ordem e isso coincidir com um mercado aquecido, a valorização das cotas (semelhante à ação de uma empresa) vai ser uma beleza.
Quem quer faturar com os aluguéis mensais deve buscar os fundos de renda, que são donos de shoppings, lajes corporativas e galpões industriais. Nesses casos, o índice de vacância (porcentagem das unidades vazias em relação ao total) é fundamental. Se a vacância começa a subir, é sinal de que a remuneração mensal do fundo vai cair.
Mas, de repente, sai um inquilino inadimplente e entra uma empresa com as contas em ordem e que assina um contrato de longo prazo. Aí, não só o aluguel vai melhorar, como a cota deverá valorizar. Há outras possibilidades, como fundos só com imóveis alugados para hospitais, hotéis e até agências bancárias.
Também há os fundos de recebíveis, que são os mais conservadores nessa modalidade de imobiliários. O alvo deles são os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), lastreados nas carteiras de crédito da habitação, portanto, bancados pelos juros dos empréstimos e, se for o caso de inadimplência, o imóvel tomado.
Também é possível comprar cotas de fundo que investe em outros fundos. Neste caso não há imóveis ou CRIs no portfólio, mas participação em outros fundos. Na prática, o investidor confia ao gestor desse fundo que, devido ao seu conhecimento, vai comprar cota do que há de mais atraente no mercado, isto é, de possibilidade de valorização ou pagamento de aluguel.
No fim das contas, o investidor pode selecionar os melhores fundos em cada uma dessas modalidades e diversificar seu risco. Para essa escolha, será preciso consultar a corretora ou estudar, ler relatórios e aprender na base do acerto e do erro. Uma boa notícia. Com apenas R$ 100 já dá para comprar uma cota.