Onde Investir: Fundos, uma porta para a bolsa

Um das formas de entrar na bolsa é investir em fundo de ações, que na prática é pagar para alguém expert no tema fazer isso para terceiros

Por: Marcelo Santos & Editor &  -  23/11/19  -  15:32
Em hipótese alguma, se for optar por fundos, mire apenas o histórico do rendimento
Em hipótese alguma, se for optar por fundos, mire apenas o histórico do rendimento   Foto: Adobestock

Uma das regras mais conhecidas para o mercado de ações é comprar na baixa e vender na alta. Mas essa é só a ideia geral. O desafio é saber quando elas estão baratas ou caras. Isso exige muito conhecimento, mas não é motivo para que você não possa entrar na bolsa. Basta investir em fundo de ações, que na prática é pagar para alguém expert no tema fazer isso para terceiros. 


Em hipótese alguma, se for optar por fundos, mire apenas o histórico do rendimento. Ele pode ficar rendendo cinco anos seguidos e justamente na hora que se entra acontece um tropeço que acaba com a trajetória vitoriosa. Primeiro, olhe o Índice Bovespa (Ibovespa), que reúne por volta de 60 empresas e é cotado em pontos. É uma média do mercado. Em 12 meses, o Ibovespa já subiu 20% – um espetáculo. O próximo passo é decidir por um fundo com uma meta, como render acima do Ibovespa, o mesmo que o Ibovespa ou outros indexadores que o fundo pode buscar, como o CDI. 


Além dele cobrar uma taxa de administração, que costuma ser mais alta do que as da renda fixa, entre 2% e 3%, há taxas de performance, um prêmio que se dá ao gestor pelos resultados de sucesso. Nem todos cobram isso. Lembre-se, se almeja rendimentos acima do Ibovespa ou muito mais que o CDI, estará exposto a um maior risco. Não há como fazer um investimento de alta valorização com total segurança. 


Faça um exercício mental. Se você tivesse R$ 10 mil em ações um dia após 17 de maio de 2017, suportaria a queda de 12% da bolsa e a alta de 10% do dólar? Correria para resgatar, mesmo com as perdas, ou compraria o que de repente ficou barato? Nessa data, divulgou-se o áudio no qual o presidente Michel Temer teria dado aval para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, fato chamado pelo mercado de Joesley Day (17 de maio de 2017). Esse dia simbolizou o fim nas apostas de que Temer conseguiria arrumar o País. Frente a isso, a bolsa passou a derrubar as cotações para a realidade. Se você aguentasse esse tranco, provavelmente seria mais arriscado. Caso contrário, conservador. 


De qualquer forma, é possível investir em fundos com perfis distintos. Mesmo assim, terceirizando-se o investimento em ações, não se pode ser tomado pela preguiça. É preciso acompanhar o mercado e trocar de fundo se necessário. Depois que atingir um pé de meia e entender a lógica da bolsa, chegará a hora de comprar diretamente as ações, um mundo bem diferente. 


Bolsa para todos


Apesar de uma ação geralmente custar até R$ 100, a bolsa funciona com lote de 100 unidades. Por exemplo, se você quisesse investir em Petrobras PN, a R$ 28,78 na terça-feira, teria que gastar R$ 2.878. Como se costuma montar uma carteira de quatro ou mais empresas para diversificar o risco, quem tem menos de R$ 10 mil tende a ficar fora da bolsa. Porém, para popularizar esse mercado, há a alternativa da ação fracionada. Basta acrescentar o F depois da sigla da ação e comprá-la com sete, 13 ou 50 unidades, etc. As corretoras que cobram taxas para negociar ações têm preços mais baixos para a fracionada.


Proteção do dólar


Quem vai viajar ou, nessa viagem, pretende ir às compras, pode fazer hedge – proteção contra a variação do dólar. A lógica é: se vai usar dólar, tenha o dólar já. Por exemplo, em um ano, a moeda subiu 12%. Se o investimento em dólar tivesse rendido 12%, um já cobriria o outro. A forma mais prática é comprar a moeda aos poucos, todo mês, até a viagem, evitando ir à casa de câmbio nas disparadas. Dá ainda para investir em fundo cambial de qualquer banco. Eles buscam a variação das moedas, podendo acertar ou até superar o câmbio. Faça depósitos mensais até atingir a quantia que se vai gastar em moeda estrangeira. 


Usado vale a pena


A positiva onda da sustentabilidade fez muitos admitirem adquirir um produto usado. Isso vale também para o smartphone, com vários modelos tops de linha acima de R$ 5 mil. Uma das opções é aguardar um lançamento e adquirir o anterior, na caixa, com um belo desconto. Mas dá para economizar mais se comprar de uma pessoa de confiança o até então modelo mais recente. Fica o medo de bateria de menor vida útil ou eventuais trancos em momentos de raiva do antigo dono. Estipule um período de “garantia” para se precaver contra problemas. A coluna comprou um usado e economizou R$ 5 mil frente à vontade de ter um novo.


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