Onde investir: Fundos para todos bolsos

A grande vantagem dos fundos é podem diversificar os investimentos

Por: Marcelo Santos  -  22/08/20  -  20:22
Na prática, quem investe em fundos terceiriza a gestão de seu dinheiro
Na prática, quem investe em fundos terceiriza a gestão de seu dinheiro   Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash

Apesar de não serem novidade, os fundos podem ser uma ótima alternativa para quem dá os primeiros passos fora da caderneta ou aquele que está inseguro para descobrir novas oportunidades. Porém, a grande vantagem dos fundos é podem diversificar os investimentos. Entretanto, erra quem apenas observa a rentabilidade para se decidir sobre qual aportar seu dinheiro. Aliás, ao olhar o retorno de um fundo, não confira apenas a do último ano, mas ano a ano nos últimos cinco anos. Essa é forma de saber como determinado produto sentiu uma crise e quando tempo levou para se recuperar. 


Na prática, quem investe em fundos terceiriza a gestão de seu dinheiro. Por isso, é cobrada uma taxa anual de administração. Alguns também desconto taxa de performance – se o fundo atingir sua meta, por exemplo, superar o Ibovespa, vai descontar de você um percentual sobre a parte que ganhou do Ibovespa. Porém, alguns fundos espertalhões cobram taxas elevadas. As da varíavel são naturalmente mais altas, mas as da fixa precisam ser baixas ou até zeradas. Hoje um fundo DI com taxa pode render menos que poupança e Tesouro Selic.


Os fundos têm três tipos básicos que se subdividem – de renda fixa, variável (ações, moedas e até ouro) e multimercado (mesclam rendas fixa e variável). Os de renda fixa, que investem em títulos públicos e de empresas ou de bancos (CDB), são bons para reserva de emergência. Aquele dinheiro que pode ser sacado na hora. Entretanto, com a queda dos juros, o objetivo aqui será apenas cobrir a inflação. Se quiser um pouco mais de lucro na renda fixa, terá abrir mão da liquidez. Você não poderá fazer saques durante três, seis meses, um ou dois anos ou até cinco. Quanto mais tempo ficar preso, melhor será a rentabilidade – nada astronômico (ao invés dos 2% do DI, serão4% ou 4,5%, por exemplo). Outra condição: muitos exigem uma aplicação inicial maior. Ao invés de R$ 100, pedem R$ 500, R$ 1 mil e até R$ 10 mil. Outros, R$ 100 mil. 


Já o multimercado, por ter uma parte em renda fixa, não é... renda fixa. O gestor desses fundos pode mudar o portfólio se assim for mais rentável e investir mais em ações quando a bolsa estiver bombando. Entretanto, o multimercado sofre quando as bolsas despencam. Portanto, não se iluda. Leia o prospecto para saber os limites que esses produtos têm. 


Fundos de ações


Se você sonha com a bolsa, mas morre de medo de sua volatilidade (sobe 1% a 2% por dia e depois cai 30% em um mês, uma possibilidade...), uma boa alternativa é colocar poucos recursos por mês para ir testando seus nervos. Com ações, não se pensa em curto prazo, mas no médio ou longo (mais de um ano). Aplique só um pouco, entre R$ 100 e R$ 500, e veja daqui a seis meses os resultados e se passou no teste de não sacar correndo no primeiro susto que aparecer. 


Peneirando


Um desafio para investir em fundos é qual escolher. Siga esse caminho: 1) escolha entre renda fixa, multimercado ou de ações). 2) Liquidez. 3) Quanto pode depositar de início). 4) Comparece taxas de administração entre fundos similares (renda fixa com fixa, multimercado com multimercado e por aí vai). 5) Quem é o gestor (digite na internet o nome da empresa gestora). 6) Onde vai investir, se no banco ou na corretora (o gestor pode ser do próprio banco ou independente). 


Aplique antes, gaste depois


Não interessa se você vai começar com R$ 100 ou com R$ 100 mil. Seu patrimônio vai crescer é com os aportes mensais. Não espera sobre dinheiro no fim do mês. Faça o orçamento com receitas e despesas e veja quanto sobra em média todo mês. Defina um valor para depósito automático no mesmo dia em que recebe seu salário ou aposentadoria. Daí para o resto do mês, gaste apenas o que sobrou. É uma questão de se planejar e de se educar contra gastos bobos e adiáveis. 


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