Delegado da Receita Federal deixa chefia em Santos
Servidores federais estão entregando os cargos em protesto contra aumento só para policiais federais
Atualizado em 06/01/22 - 13:40
O delegado da Receita Federal de Santos, Walmir Martinez Thomaz, deixou o cargo de chefia da unidade, juntando-se ao movimento de servidores federais que estão entregando suas posições como forma de protesto. Na região, ao menos 20 cargos de chefia foram entregues, somando também os cargos na Alfândega do Porto de Santos.
Thomaz foi nomeado em 2019. Servidor de carreira, ele atuou também na Receita em Campinas (SP). Questionada, a Receita Federal disse que Thomaz está de férias até dia 14 e que não há nenhuma decisão da unidade em relação à renúncia do cargo.
O movimento começou após o Orçamento de 2022, aprovado pelo Congresso, cortar verbas do órgão e reservar espaço fiscal para reajuste de salário apenas de policiais federais, uma demanda direta do presidente Jair Bolsonaro (PL).
No próximo dia 18 haverá um protesto em frente ao Ministério da Economia e Banco Central, promovido pelo Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate).
Cinco sindicatos de servidores aprovaram medidas contra o aumento que só beneficia a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Essas entidades representam os auditores fiscais da Receita, do trabalho, agropecuários, além dos servidores do Banco Central e da carreira de Planejamento e Orçamento.
Sindifisco
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal em Santos (Sindifisco Santos), Renato Tavares, 951 auditores fiscais entregaram cargos .
A categoria reivindica a regulamentação do bônus de eficiência, pelo qual espera desde 2016, e a abertura de concurso público para recompor os quadros do órgão.
No dia 24, servidores da Receita iniciaram uma greve nacional. Segundo o Sindifisco Nacional, a assembleia que decidiu pela greve teve aprovação de 97%. Até o momento, segundo o sindicato, 90% dos auditores estão de braços cruzados.
