Estudante de Santos participa de 'viagem a Marte' e projeta sonhos na Ciência

Ariadine Moura foi a única representante da Baixada Santista em projeto com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB)

Por: Beatriz Araujo  -  29/06/21  -  07:37
 No total, 24 estudantes brasileiros participaram da viagem virtual a Marte em projeto com apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
No total, 24 estudantes brasileiros participaram da viagem virtual a Marte em projeto com apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)   Foto: Reprodução

A universitária santista Ariadine Moura, de 22 anos, viajou a Marte. Por enquanto, como astronauta em uma simulação virtual análoga no projeto Habitat Marte, com apoio da Agência Espacial Brasileira (AEB). Para ela, que ocupou uma das 24 vagas destinadas a estudantes de todo o País, a experiência foi única e a fez ter certeza de seguir lutando por um espaço na Ciência.


A paixão de Ariadine pelo universo surgiu na infância, quando se maravilhava ao aprender sobre o Sistema Solar na escola. Superando paradigmas e preconceitos, agora a jovem cursa Engenharia Aeroespacial na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e, entre outros estudos na área, tem extensão em Astrofísica pela mesma instituição.


Ao conhecer a missão Habitat Marte, iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a santista sentiu a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos em Física e Engenharia, além de aprender mais sobre Marte em meio ao fluxo de estudos internacionais que planejam, para 2030, missões tripuladas rumo ao planeta.


Sendo a única representante da Baixada Santista nesta edição da missão, ao longo de 15 dias de experiência Ariadine trabalhou no setor de monitoramento e trajetografia espacial, onde desenvolveu sistemas de software e radares de rastreio espacial.


Apesar de ser familiarizada com cálculos, a jovem conta que, dessa vez, a pressão para que saísse tudo perfeito foi grande. Nesse período, ela utilizou um caderno de 100 folhas inteiro, além de escrever um diário de missão. Por conta da pandemia, todo esse processo foi desenvolvido de forma remota por meio de chamadas de vídeo e grupos de conversa. As atividades acabaram no último dia 21.


Agora, Ariadine se depara com novas possibilidades em sua carreira. “Antes, eu pensava que conhecer outro planeta seria impossível. Ainda mais sendo mulher, por conta do preconceito na área. Mas, com as coisas evoluindo e as mulheres mostrando propósito na Ciência, acredito estar mais perto dos meus sonhos”. Ela brinca que, se não for astronauta, espera então ajudar da produção do foguete que desbravará Marte.


Continuidade


A missão análoga teve fim, mas a santista conta que será apenas o começo de muito estudo e aplicação na área. Além de seguirem analisando a simulação, Ariadine diz que a equipe que participou do projeto está desenvolvendo uma iniciativa de extensão de aprendizado em escolas dos ensinos Fundamental e Médio.


“Vamos desenvolver maneiras lúdicas de ensinar Física, para que não seja algo desgastante e chato, como a maioria das pessoas acham que é”, resume ela, que garante ser possível aprender Física por meio de referências de filmes, desenhos e até mesmo acontecimentos cotidianos. A esperança é que esse projeto tenha início em 2022, de forma presencial.


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