Lua de Morango sob penumbra é promessa de raro fenômeno no céu nesta sexta-feira

Uma rara combinação deixará a lua em tons levemente avermelhados e sob sombra da Terra no começo da noite desta sexta-feira (5). Um eclipse lunar penumbral abre a segunda temporada de fenômeno celestiais de 2020, em uma magia que intriga a humanidade há séculos. E vai acontecer durante a Lua de Morango – primeira lua cheia de junho – conjunção dos dois eventos de raro espetáculo da natureza acontece apenas em intervalos de 50 anos. 

O nome (Strawberry Moon, ou Lua de Morango em livre tradução) remete à temporada de colheita da fruta no hemisfério norte. Segundo a Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), é nessa época do ano que a lua fica em um tom levemente avermelhado. É justamente a tonalidade que difere o fenômeno da Lua de Sangue – quando o satélite natural fica em cores mais vivos. Nesta sexta, o fenômeno se somará ao eclipse.

O espetáculo de rara beleza será visível apenas parcialmente na Baixada Santista. E o problema não será apenas o céu encoberto pela passagem de uma frente fria, que começa a perder força e seguir paro o sul do Rio de Janeiro. A localização geográfica da região fará que apenas o começo do fenômeno seja visível por aqui.  

O professor do departamento de Metodologia de Ensino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Paulo Sérgio Bretones, afirma que na região será possível acompanhar apenas um trecho da lua que ficará sob a penumbra. “Na Baixada Santista, como no Brasil, vai passar apenas em um canto (do satélite)”, afirma.  

Conforme dados da Nasa, o fenômeno será visível na Ásia, Europa, Austrália e partes da América do Sul (mais ao Norte do continente). Nessas regiões, a previsão é que o fenômeno ocorra entre as 17h e 21h. No Brasil o ápice vai acontecer às 16h26 (horário de Brasília).  

Bretones explica que os eclipses lunares ocorrem quando a Lua invade o cone de sombra do planeta. “Supondo que o Sol esteja no centro da face superior de uma mesa, a Terra se move em torno do Sol no nível desta superfície. Ao mesmo tempo a Lua gira em torno da Terra, mas o plano de órbita lunar é inclinado um pouco mais de 5º em relação à face da mesa”, acrescenta 

Ele indica que a sombra da Terra projetada no espaço se estende em forma cônica por cerca de 1,38 milhão de quilômetros e com um diâmetro de cerca de 9 mil quilômetros na distância onde está o satélite natural. “Sendo assim, no eclipse total, a Lua ‘mergulha’ completamente na sombra terrestre. No eclipse parcial, a Lua entra parcialmente na sombra da Terra. No eclipse penumbral, ela penetra apenas na zona de penumbra originada pela Terra”. 

Na Baixada Santista 

Na região, esse movimento da Lua começará às 14h45, com o “mergulhar” na penumbra da sombra da Terra. O máximo do eclipse deve ocorrer às 16h26, mas a Lua só irá nascer às 17h27. Logo depois, às 18h04min, quando estiver a apenas seis graus acima do horizonte sairá por completo da sombra.  

Apesar de o fenômeno ser breve na região, Bretone garante ser “um desafio tentarmos observar a Lua nascendo parcialmente eclipsada e, por ser um eclipse  penumbral, é mais difícil de percebermos visualmente”. 

Onde ver  

Por se tratar de um fenômeno penumbral e previsto para a tarde desta sexta, pode não ser possível ver a olho nu o fenômeno na maior parte das regiões brasileiras. Mas será possível acompanhar de forma remota, pelo portal webtv do projeto europeu Telescópio Virtual 2.0. A transmissão acontece a partir das 16h (horário de Brasília) de sexta. A plataforma irá acompanhar o eclipse lunar penumbral direto do céu de Roma (Itália).