Hospitais filantrópicos respondem por metade dos atendimentos SUS

Dado revela importância dessas unidades para o sistema público de saúde. Dia Nacional das Santas Casas é celebrado neste sábado (15)

Por: Por ATribuna.com.br  -  14/08/20  -  18:29
Gestores das unidades cobram, há anos, correção nos repasses federais
Gestores das unidades cobram, há anos, correção nos repasses federais   Foto: Alexsander Ferraz

As Santas Casas e hospitais filantrópicos são responsáveis por mais da metade dos atendimentos e por 70% da assistência de alta complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados ilustram o porquê de deste sábado (15) ser celebrado o dia nacional dessas unidades, que cumprem papel de extrema importância na prestação de serviço de saúde aos pacientes brasileiros. 


Apenas no Estado de São Paulo, são 516 instituições filantrópicas, que realizam, por ano, 28.105.822 consultas, 543.551 cirurgias, 275.068 tratamentos oncológicos e 3.751 transplantes. A conta inclui a Santa Casa e Hospital Beneficência Portuguesa, em Santos, e o Santo Amaro, no Guarujá. 


“O trabalho prestado pelas Santas Casas e hospitais filantrópicos é o motor do SUS, inclusive, há municípios em que essas entidades são a única opção de atendimento à população”, ressalta o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), Edson Rogatti.  


Em meio ao maior desafio enfrentado pela área da saúde, com a pandemia da Covid-19, o setor filantrópico vem dado grande contribuição ao enfrentamento da doença.  


“Desde o início da pandemia, a rede filantrópica se mobilizou, integrando os hospitais de pequeno porte a receberem os pacientes de média complexidade que buscam tratamento médico em unidades de saúde de médio e grande porte, para desafogar os leitos dos hospitais maiores para o atendimento aos casos de coronavírus”, diz Rogatti. 


Desafios 


Embora o protagonismo das Santas Casas e hospitais sem fins lucrativos no atendimento à saúde, a relação com o Sistema Único de Saúde é marcada por subfinanciamento e endividamento, que coloca em risco a continuidade dos serviços prestados. Gestores dessas unidades cobram, há anos, correção nos repasses federais. 


“A tabela SUS não é reajustada há 17 anos. Os recursos repassados pelo governo para pagar procedimentos hospitalares de média e alta complexidade, além da atenção básica de saúde, são insuficientes para cobrir os custos”, comenta o presidente da Fehosp. 


Segundo eles, esse entrave tem "culminando com o déficit médio entre o custo na assistência SUS e a receita dele proveniente, superior a 65%”. Isso fez com que fosse determinado fechamento de hospitais filantrópicos, “além de restrição acentuada de ofertas de serviços em diversas regiões, situação que não pode ocorrer na área da Saúde”, completa.  


Rogatti comenta que setor filantrópico tem papel importante em meio à crise financeira e de saúde, no qual “pessoas desempregadas e sem planos de saúde privados, a demanda sobe exponencialmente. Mais do que nunca, as instituições filantrópicas carecem de atenção do poder público, para que possam continuar com sua missão, de atender dignamente as pessoas e salvar vidas”, conclui. 


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