Fila única reduz tempo de espera para tratamento de câncer pelo SUS na Baixada Santista

Novo sistema foi implantado nas cidades da região no início do mês

Por: Arminda Augusto  -  09/12/20  -  22:44
Beneficência Portuguesa é um dos hospitais referência da Rede Hebe Camargo
Beneficência Portuguesa é um dos hospitais referência da Rede Hebe Camargo   Foto: Matheus Tagé/AT

A Secretaria de Estado da Saúde, em conjunto com as prefeituras da região, implantou fila única para atendimento a pacientes de câncer. Com essa medida, toda a rede pública credenciada para esse tipo de serviço na Baixada Santista está inserida em uma mesma central de regulação, agilizando o atendimento aos pacientes, desde a consulta.


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A fila única foi implantada dia 1 de dezembro e já colhe os primeiros resultados, segundo o Departamento Regional de Saúde da Baixada Santista (DRS 4). De uma fila de espera que somava 113 pacientes no final de novembro, hoje são 24 que aguardam o primeiro acesso.


Antes


A porta de entrada para o atendimento especializado em oncologia no Estado de São Paulo é a Rede Hebe Camargo de Combate ao Câncer, que possui 75 unidades em todo o Estado para dar conta desses serviços.


Na Baixada Santista, nem todas as vagas disponíveis nas unidades hospitalares que fazem esse atendimento pelo Sistema Único de Saúde estavam ligadas à Rede Hebe Camargo, mas apenas o Hospital Guilherme Álvaro (HGA).


As vagas de Santos oferecidas pela Beneficência Portuguesa e pela Santa Casa, e as vagas de Guarujá, ofertadas pelo Hospital Santo Amaro, não apareciam nesse mapa geral, explica a diretora técnica da DRS 4, Paula Covas.


Esse sistema gerava uma série de problemas, como desconhecimento do tamanho real da fila de espera, acesso privilegiado para alguns municípios, desproporcionalidade na divisão da oferta.


Mais transparência


Tornar o atendimento mais amplo e para toda a região de forma igualitária foi uma decisão coletiva dos gestores da saúde pública na região, em reunião realizada em outubro.


“A partir de agora, temos mais transparência nesse sistema, conseguimos visualizar oferta e demanda e entender melhor quais são nossas reais carências, tanto de vagas como de especialistas e especialidades”, diz Paula Covas.


Desde 2013 vigora a Lei 12.732/12, que estabelece que pacientes com câncer devem ter o início de seu tratamento assegurado em no máximo 60 dias após a inclusão da doença em seu prontuário.


O prazo máximo vale para que o paciente passe por uma cirurgia ou inicie sessões de quimioterapia ou radioterapia, conforme prescrição médica. A intenção da DRS 4, ao implantar a fila única, é que esse atendimento seja ainda mais rápido.


Entre os desafios apontados daqui para frente, Paula Covas lista a necessidade do diagnóstico precoce da doença (o que pode encurtar o tratamento), garantir maior qualidade dos exames diagnósticos e obter, conforme a necessidade, maior aporte de recursos por parte do Ministério da Saúde, entre outros.


Estimativas


Com base no histórico da região, a DRS 4 tem uma estimativa sobre o atendimento oncológico para este ano. Casos novos devem ultrapassar 4.700. Desses, predominam as pacientes com câncer de mama (762), seguidas de colon e reto (593) e próstata (536).


De todos os casos, estima-se que 60% deles tenham sido encaminhados para cirurgia (2.834), 60% tenham precisado de radioterapia e 70%, de quimioterapia (3.300).


A consolidação dos dados e uma avaliação mais ampla sobre o funcionamento da fila única ocorrerão em reunião com todos os gestores municipais no próximo dia 17.


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