Histórias do Carnaval de Santos: Ronaldo e Matheus

O desfile santista acontece nos dias 2 e 3 de fevereiro na Passarela do Samba Dráuzio da Cruz

Por: Eduardo Silva  -  29/01/24  -  00:00
Ronaldo Alvarez Balio é mestre da bateria Ritmo Santástico, da Sangue Jovem
Ronaldo Alvarez Balio é mestre da bateria Ritmo Santástico, da Sangue Jovem   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Ronaldo Alvarez Balio tem 43 anos e é mestre da bateria Ritmo Santástico, da Sangue Jovem. O mestre já fazia parte da torcida Sangue Jovem, que virou escola em 2000, e o cativou de vez. “Eu comecei na bateria tocando surdo, depois caixa, repinique e tamborim”. De tanta dedicação na bateria, acabou sendo promovido a mestre em 2013, o que o enche de orgulho. “Ser mestre representa muito amor ao nosso pavilhão, principalmente ao nosso glorioso Alvinegro, o Santos”. Balio também desfilou na Real Mocidade. “Como as duas agremiações tinham uma parceira, lá no início, um dia saí na Real e, no outro, pela Sangue”.


O Carnaval é muito importante na vida dele. “É o momento de curtir todos os ensaios e o desfile, mas não deixa de ser um trabalho também. Eu sou um pai, aqui, para a grande maioria dos ritmistas. Qualquer problema, estou sempre à disposição. A gente acaba sendo um pai e um professor também.”


Para o desfile deste ano, o mestre vai contar com 130 ritmistas. “Vamos sair com três bossas e, neste ano, vamos ter uma surpresa em uma coreografia, na hora do recuo da bateria, que eu não costumo fazer”. Apaixonado pelo Santos e pela Sangue Jovem, ele vive intensamente o Carnaval. “Tem dia que entro às 6 da manhã no trabalho de promotor de vendas, saio às 17 horas e, às vezes, eu ainda faço um bico de motoboy. Tem noites que eu durmo apenas duas ou três horas. Fazer o ensaio de noite é puxado, mas a gente gosta, né? Já pensei vários anos em desistir, mas, quando chega a hora do desfile, a emoção é tremenda. A paixão compensa, sim.”


E não pense que, apesar da experiência, o mestre Balio fica menos nervoso. “Eu tenho que tomar calmante, porque é muita adrenalina na hora de entrar na avenida. É difícil. É bem complicado.”


Paixão
Matheus Santos tem 22 anos e é um dos mestres mais jovens do Carnaval da região. Ele é pintor industrial e tem verdadeira paixão pelo samba. Matheus se orgulha de contar que nasceu dentro da escola Independência. “Eu sempre fui muito tímido, já acompanhava a escola desde muito cedo, mas nunca desfilava. Só em 2014 eu me interessei e entrei na bateria. De lá para cá, fui crescendo, fui diretor e, no ano passado, estreei como mestre. Este vai ser meu segundo ano como mestre da Independência. Ela é minha única escola e o meu grande amor.”


A agremiação vem crescendo nos últimos anos, e isso vem animando os componentes. Matheus está ansioso. “A expectativa é alta, a gente vem trabalhando o ano todo com muita dedicação, e tenho certeza de que vamos apresentar um grande Carnaval na avenida.”


Quando é perguntado sobre o que ele preparou para o desfile deste ano, o mestre faz um pouco de mistério, mas revela, pelo menos, um pouco: “Vamos levar um pequeno forró e vamos fazer tudo para garantir a nota dez no desfile”.


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