Histórias do Carnaval de Santos: Edinho, Klayton e Chrystian

O desfile do Carnaval santista acontece nos dias 2 e 3 de fevereiro na Passarela do Samba Dráuzio da Cruz

Por: Eduardo Silva  -  27/01/24  -  04:00
Edinho  leva uma vida inteira dedicada ao Carnaval santista
Edinho leva uma vida inteira dedicada ao Carnaval santista   Foto: Eduardo Silva/AT

Edson Ferreira, presidente da Real Mocidade, já tem 40 anos na escola, mas muito mais tempo de samba. Pode somar mais 12 anos de X-9 e, assim, Edinho vai levando uma vida inteira dedicada ao Carnaval santista. A paixão fala mais alto quando ele começa a lembrar a história da própria família. “Todos os familiares têm laços muito importantes: o Cido, o Valdir, o Raimundo a Elza, todos os integrantes da família Ferreira. A Real também teve a família Reis (Renata, Ronaldo, Rosângela e Roseli). Tem gente, até, da família do saudoso Dráuzio da Cruz.”


As lembranças emocionam Edinho. “São 40 anos que estamos fazendo samba. A gente faz as coisas com garra. As coisas vêm do coração. Fazemos tudo com muita energia”. Com a experiência de quem está na Real há 40 anos, ele se diz feliz da vida com a evolução da escola. “Graças a Deus, a gente sempre consegue concluir, e nesses últimos anos, nós percebemos que a escola está crescendo e a gente vê que está próximo de levantar um título, por toda essa garra que colocamos na agremiação na avenida. Não é fácil. A gente, hoje, coloca 1.400 componentes na passarela.”


Não é à toa que quem encontra Edinho no final dos desfiles vê um folião com os olhos cheios de lágrimas por tudo que a escola entrega nas suas apresentações. “Não é brincadeira colocar uma agremiação competitiva. Por isso, aquela energia, aquele choro que gente tem, porque conseguiu dar credibilidade à Real na Passarela Dráuzio da Cruz. É gratificante.”


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Klayton Luís Ferreira Franco tem 12 anos como diretor, mas está há mais de duas décadas na Real Mocidade.


Começou com 12 anos, como ritmista, tocando caixa. Depois, surdo de terceira, diretor de peso, até ser chamado para comandar a bateria. “Muito importante, muito emocionante. Minha escola do coração e, ainda, a minha estreia na frente da bateria. E não é só o meu coração que pulsa, mas o de 120 ritmistas. Por isso, estou à frente. Não só por mim, mas por todos eles”.


Nos ensaios, Klayton conversa e orienta os colegas de bateria. Sabe da responsabilidade. Está ansioso para este desfile. “Não consigo nem imaginar como vai ser. Se vou rir, se vou chorar. Vai ser uma mistura de sentimentos.”


Klayton Franco revela que se emociona todo ano, mas que agora vai ser bem diferente. “Esse sentimento acontece todo ano, quando o hino da escola toca. Ainda mais agora, com essa reponsabilidade na minha conta, fica mais complicado ainda. Já que a responsabilidade está aí, a gente tem que assumir. Carnaval, para mim, é tudo”. O novo comandante da bateria preparou três bossas para a passarela. “Uma mais curta, outra é um xaxado, em homenagem a Elba Ramalho, e uma outra, que é surpresa, que a gente promete levantar a galera. Para descobrir, só vindo para os nossos últimos ensaios.”


Chrystian Santos Feitosa é auxiliar de movimentação na área de fertilizantes, em Cubatão, e vai estrear como intérprete da Real Mocidade.


“Comecei em 2004 como ritmista na Nações Unidas, em Cubatão. Certo dia, numa brincadeira com a bateria subindo no palco, o presidente falou: ‘No próximo ano, você estará com a gente na ala musical’. Em 2010, o Joãozinho Oliveira, meu padrinho no samba, chegou na Nações e falou que no próximo desfile eu iria com ele para a Vila Mathias. Eu não tinha colocado muita fé, mas, faltando uma semana para o Carnaval da Vila, eu fui para o ensaio e desfilei”.


Dali para a frente, Chrystian se apaixonou por cantar na avenida e não parou mais. Em 2013 e 2014, na ala musical da Sangue Jovem e, em 2015, assumindo como intérprete junto com Darlan. Em 2016, Mocidade Dependente (hoje Independência), Imperatriz Alvinegra, Vila Mathias e, agora, estreando na Real Mocidade.


“Foi uma conversa que eu não esperava. Estava para ir a uma outra agremiação e, no meio do caminho, a Real chegou, conversou, e eu estou muito feliz pelo gabarito que tem a escola. A felicidade é imensa de estar aqui estreando nesta casa, esta escola pela qual eu já tinha uma admiração muito grande. Sempre estava aqui, disputando samba”. O amor pelo Carnaval vem desde criança, e a influência é dos grandes sambistas de Cubatão: “Vassoura, Dô, Bento, Mestre Madeira, Jajá, e aqui em Santos, Jacaré, Lambari, Joãozinho, Pindá, Bolinha, Manoel, toda essa geração. Eu até brinco. É até engraçado que, antigamente, eu escutava Zinho, Baby e, hoje, eu tenho uma proximidade com eles no dia a dia, de conversar, de brincar. Uma reviravolta muito importante, pela geração de que eu venho. Foram meus ídolos e, hoje, são meus amigos. Nós os temos como referência no dia a dia.”


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