Histórias do Carnaval de Santos: Ademarzinho, Nena e Luciana da Cruz

O desfile santista acontece nos dias 2 e 3 de fevereiro na Passarela do Samba Dráuzio da Cruz

Por: Eduardo Silva  -  02/02/24  -  00:00
 Técnico de segurança do trabalho, Ademarzinho do Cavaco não consegue parar um minuto no período de Carnaval
Técnico de segurança do trabalho, Ademarzinho do Cavaco não consegue parar um minuto no período de Carnaval   Foto: Reprodução/TV Tribuna

A frase, do intérprete Ademarzinho do Cavaco, da Unidos da Zona Noroeste, mostra como a influência da família é grande na vida dos sambistas. Filho de Ademar Eugênio, que já foi compositor, carnavalesco e, até, presidente da Velha Guarda da escola de Guarujá, Ademarzinho teve o seu destino traçado enquanto corria pela quadra ou pelo barracão do Feitiço da Ilha. “Lembro do meu pai no palco da Amazonense apresentado enredo ou cantando. Minha mãe e meus tios desfilavam.”


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Técnico de segurança do trabalho, ele não consegue parar um minuto no período de Carnaval. “Esta semana mesmo, saí da quadra direto para o trabalho. É complicado, mas não podemos falhar com ninguém”. Com 38 anos de idade, ele desfilou pela primeira vez aos 6 anos, no carro das crianças, e não parou mais. “Essa influência vem do meu pai, que sempre gostou de Carnaval e, quando serviu a Marinha, no Rio, se envolveu ainda mais no Salgueiro e na Imperatriz Leopoldinense. Voltou com muita bagagem e influência do samba carioca.”


Ademarzinho tocava cavaquinho quando o intérprete Paulo da Magia o convidou para cantar no carro de som da Bandeirantes. “Depois, o Joãozinho me viu tocando e me chamou para a Vila Mathias”. Na ala musical, eu também cantei na X-9. “Faz dez anos que eu saio como intérprete oficial. Primeiro da Dragões do Castelo e, há oito anos, na Zona Noroeste, mas agora é a estreia no Grupo Especial. Estou tentando controlar o nervosismo, mas bem animado”. Fã do saudoso Quinho, do Salgueiro, de Bruno Ribas e Vander Pires, do Rio de Janeiro, Ademarzinho também é muito grato aos intérpretes de Santos que o ajudaram desde o início: Paulo da Magia, Joãozinho, Chitão. “Eu ainda tenho o prazer de cantar ao lado do Lelo Garoto, que tem uma longa história no nosso Carnaval.”


Nena
Maria Augusta dos Santos, a Nena, tem 45 anos de Carnaval e uma disposição enorme para falar da maior festa popular do Brasil. Ela já foi lady do Carnaval por duas vezes, é dama do samba nomeada pelo estado-maior da folia e ainda tem o Troféu Dandara da Cidade de santos. No ano passado, foi cidadã samba e ainda carrega o título de embaixadora de samba. “Graças a Deus. O Carnaval representa tudo. Eu tenho um amor muito grande pelo Carnaval. Eu acordo, vivo e amo o samba”. Nena também faz parte do Conselho do Samba e está na maior expectativa para os desfiles deste ano. “Eu espero que todo mundo vá ao sambódromo, que aproveite, curta bastante, com sabedoria e muita paz. E que a gente curta muito todas as escolas, desde a primeira até a última”. Com muito entusiasmo, ela se declara ao Carnaval santista. “É essa representatividade que o Carnaval tem para toda essa gente porque, hoje em dia, a Liga, o Conselho do Samba são uma união só, um pensamento só. De ver as escolas cada vez mais fortes e lindas.”


Luciana da Cruz
A vida dela está totalmente ligada ao Carnaval. Para quem não a conhece, Luciana da Cruz é filha do homem que dá nome à Passarela do Samba Dráuzio da Cruz. Assessora da corte carnavalesca há 11 anos, ela é a responsável por acompanhar em todos os compromissos o Rei Momo, Fábio Sorriso, a rainha Arlene, a princesa Priscila Mara, o cidadão samba, Marcos de Brito, o Notável, e a cidadã, Tereza Cristina. “Depois que fui convidada pela Secretaria de Cultura, foi uma maneira que eu encontrei de seguir o trabalho do meu pai. É claro que ele é sempre lembrado, graças a Deus. Deixou uma história que nunca vai morrer. Nosso Imperador do Samba”. Ela começou muito cedo. Desfilou pela primeira vez com 6 anos na Renascença da Lapa, em São Paulo, porque a mãe dela, Analu, era porta-bandeira, fazendo dupla com o então mestre-sala, Serginho de Paula. “Já meu pai era tudo na Império. Foi fundador da escola, presidente, ensinava até as componentes da agremiação a sambar. O Nego Wilson na frente da bateria, minha irmã Cátia era a rainha. Eu e a minha irmã Janaína éramos as princesas”. Luciana tem um sonho: reviver a Império do Samba, que deixou muita saudade entre os sambistas. “Eu gostaria muito, e todos que me encontram perguntam se a Império vai voltar. Eu gostaria muito, mas faltam recursos.”


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