Com clima familiar, Carnabonde abre folia de Momo no Centro de Santos
Evento homenageou o tradicional bloco carnavalesco Raparigas do Último Gole
Com uma roupa tipicamente portuguesa, Terezinha Tavares não escondia a emoção, na tarde deste sábado (10), com a homenagem ao Raparigas do Último Gole no Carnabonde, nas ruas do Centro Histórico de Santos. O evento deu a largada aos festejos de Momo.
O bloco carnavalesco - com presença marcante no Banho de Dona Dorotéia - foi criado em 1986 a partir do tradicional bar na Rua Carlos Affonseca, no Gonzaga. O dono era o marido de Terezinha, Orlando Tavares, um grande entusiasta da folia que morreu em 14 de novembro de 2018.
“É muita emoção, já chorei bastante. Não tem como não se emocionar, mesmo sendo um dia de alegria. Faz lembrar muitas coisas boas que passamos todos juntos. Ele (Orlando) está feliz da vida, pulando lá no céu”, comentou Terezinha, acompanhada dos filhos.
A decoração do bonde, logicamente, remetia ao clima lusitano, com direito ao Galo de Barcelos, aos azulejos portugueses e aos tonéis de vinho. O passeio contou com a presença da Corte Carnavalesca, de voluntárias do Fundo Social de Solidariedade (FSS) e, logicamente, de familiares de Orlando Tavares, entre eles a viúva. No som, as marchinhas eternas.
O desfile seguiu o mesmo percurso da Linha do Bonde: partiu da Praça Mauá, passou por Rua General Câmara, Rua do Comércio, Largo Marquês de Monte Alegre e retornou ao ponto de partida pela Rua Tuiuti, Praça Barão do Rio Branco e Rua Cidade de Toledo.
Clima familiar
A chegada do bonde completou a festa familiar que se formou ao longo do trajeto, com concentração na Praça Mauá. A atendente de consultório dentário Sandra Silva esteve pela primeira vez no Carnabonde com o filho João Pedro, de 7 anos. “Morava em Recife, em Pernambuco, e estou há pouco mais de um ano em Santos, no bairro Jabaquara. Estou adorando e vamos vir todos os dias (da programação no Centro)”, comentou.
Já Ricardo Faria, que trabalha com bebidas importadas, é um folião habitual da festa. De colar havaiano, ele comparece desde 2006 - reside em Vicente de Carvalho, em Guarujá - e só faltou no ano passado. “É muito bom esse clima com a presença de pessoas de várias idades. Se tivesse todo mês, eu viria”, afirmou.
Outro que veio de Guarujá, mas do bairro Astúrias, é o engenheiro Victor Hugo da Silva. O filho João Victor, de 5 anos, estava vestido de Homem-Aranha e totalmente no clima, dançando todas as músicas. “É a terceira ou quarta vez que a gente vem. Esse clima familiar é ótimo, porque traz as crianças para a folia e elas se encontram”.
Já a vendedora Michelle Eudes Bragança, moradora do bairro Macuco, em Santos, estava acompanhada de outra heroína, ou melhor, da filha Fernanda, de 4 anos, fantasiada de Mulher-Maravilha. E um dos dois sacos de confete já tinha acabado. “É a primeira vez que eu venho. Como ela já está crescendo, achei legal trazê-la”, afirmou.
A vice-prefeita de Santos, Renata Bravo, destacou o caráter cultural do Carnabonde, sem esquecer dos cuidados com o clima, literalmente, quente nestes dias de folia.
“O Carnaval santista é muito tradicional e uma das coisas que temos como principal obrigação é preservar a história dessa festa. O Raparigas do Último Gole marcou época na cidade e merece ser lembrado nesta festa familiar para santistas e turistas. O tempo bom está ajudando e sabemos que serão dias quentes. Pedimos para que as pessoas se hidratem, mas a folia vai ser muito boa”, comentou.
Além do Carnabonde, haverá apresentações nos demais dias de folia, com o Carnacentro - realizado no palco da Praça Mauá e desfile de bandas. A expectativa é da presença de, pelo menos, 50 mil pessoas no Centro da cidade ao longo do Carnaval.
