União Europeia ameaça impor mais sanções contra a Venezuela

Bloco defende 'resultados concretos' nas negociações que ocorrem entre o governo e a oposição em Barbados

Por: France Presse  -  17/07/19  -  22:58
Grupos de apoio a Maduro protestaram na terça-feira em Caracas
Grupos de apoio a Maduro protestaram na terça-feira em Caracas   Foto: France Presse

A União Europeia (UE) ameaçou na terça-feira (16) impor novas sanções contra a Venezuela, caso não sejam registrados “resultados concretos” nas discussões entre o governo e a oposição em Barbados para buscar saídas à grave crise política, mediadas pela Noruega.


“Caso não obtenham resultados concretos nas negociações em curso, a UE ampliará ainda mais as medidas restritivas”, declarou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, em um comunicado em nome dos países europeus.


Delegados do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e do líder opositor, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por 50 países, chegaram na segunda-feira em Barbados para retomar os diálogos, poucos dias após o anúncio da instalação de uma mesa de trabalho.


Guaidó agradeceu à União Europeia pela “clareza” diante da ameaça de novas “sanções” para pressionar a “ditadura”, como define o governo de Maduro, em declarações à imprensa pouco antes de presidir um debate no Parlamento, de maioria opositora.


Já o governo venezuelano acusou a UE de contrariar o “bom espírito de abordagem” promovido pelo assessor especial do bloco, Enrique Iglesias, que está na Venezuela desde 7 de julho representando o Grupo de Contato.


“O governo bolivariano exorta novamente a União Europeia a manter uma posição de respeito e equilíbrio construtivo, bem como desistir de suas tentativas de impedir os mecanismos pacíficos de solução que são realizados neste momento”, segundo um comunicado divulgado na terça-feira (16) pela chancelaria da Venezuela.


Os europeus receberam “com satisfação” a retomada das conversações mediadas pela Noruega, como um “canal para superar a crise”. Mas pediram a “com urgência um resultado que permita eleições transparentes e supervisionadas internacionalmente”.


A UE, que desde 2017 anunciou sanções contra 18 funcionários venezuelanos e impôs um embargo de armas ao país, também expressou a disposição de trabalhar em novas sanções para “os membros das forças de segurança envolvidos em torturas e outras violações graves dos direitos humanos”.


O chanceler espanhol, Josep Borrell, pediu na segunda-feira, durante uma reunião com os colegas europeus em Bruxelas, sanções contra estes funcionários, depois de destacar o relatório da Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.


O informe de Bachelet “confirma de maneira clara e detalhada o alcance e a gravidade das violações dos direitos humanos, a erosão do Estado de direito e o desmantelamento das instituições democráticas no país”.


Além das sanções, a UE criou em fevereiro, com vários países latino-americanos e europeus o Grupo de Contato Internacional (GCI), iniciativa que busca eleições presidenciais “livres e justas” na Venezuela. 


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