Tik Tok pode ameaçar o Instagram?

Esqueça os Estados Unidos! A ameaça para qualquer líder de mercado está na China, motivo pelo qual o presidente Donald Trump trava uma verdadeira guerra fria. Depois de colocarem em teste um sistema de streaming, semelhante ao Netflix, em que uma ferramenta de inteligência artificial edita as séries e filmes, reduzindo custos, agora é a vez do Tik Tok, rede social de microvídeos.

Engana-se que é algo novo. O aplicativo foi o quarto mais baixado de 2018 e já soa como uma ameaça ao Instagram e YouTube, principalmente por adolescentes, conhecidos por Geração Z. Hoje já possui mais de um bilhão de downloads e 60% de sua base de usuários tem até 24 anos.

O fenômeno não é uma novidade e já aconteceu com várias marcas, como a Levi's, famosa por suas calças jeans. Ícone da revolução jovem da década de 60, ela começou a ser vista como calça de "tiozão" pelos adolescentes, que se negavam a comprar a marca. Hoje, a ideia é a mesma, os jovens querem algo só seu, um local onde não terão familiares vigiando.

Segundo a equipe do Tik Tok, o aplicativo tem como objetivo oferecer ferramentas para divertir e inspirar criadores de conteúdo a ampliarem as possibilidades de criação de vídeos. Sua tecnologia é bem avançada, permitindo até mesmo a utilização de chroma key (tela verde), recurso usado no cinema para colocar os personagens de filmes em cenários feitos no computador.

No último fim de semana, mais de dez milhões de visualizações já haviam sido registradas com vídeos que recebiam a hashtag "telaverde".

Mark Zuckeberg, dono do grupo Facebook, obviamente já está de olho. Sabendo do momento de guerra entre os países, ele sabe que é improvável que uma empresa chinesa aceite vender sua plataforma para os Estados Unidos.

Influenciadores

Famosos por arrastar milhões de seguidores, eles podem ser a chave nesta nova rede. Insatisfeitos com as mudanças do YouTube e Instagram, há possibilidade de uma migração por vingança.

O YouTube mudou seu sistema de pagamento de comissão, reduzindo o repasse, e o Instagram retirou a contagem de curtidas em alguns países, diminuindo o poder dos influenciadores. Agora, com mais publicações sendo feitas, menos alcance eles têm.

Outra vantagem competitiva é oferecer modernas maneiras de publicações de vídeo, deixando-os mais profissionais sem muito esforço.

Uma novidade, inspirada no Twitter, é a aba de desafios, onde a própria rede coloca uma premiação. Exemplo recente: "Quer ganhar um pôster assinado e outras surpresas? Então corre para participar do desafio com a nova música do Pablo Vittar".

Quem também pode aproveitar a nova onda são pessoas que ainda não alcançaram sucesso nas outras redes, que são mais competitivas, e tentem a sorte em um local menos povoado.

De qualquer forma, a minha visão é que a curto prazo ninguém ameaça a dobradinha da liderança Instagram e Facebook. Isso porque as redes já viraram "rede de massa", ou seja, conquistaram a maioria das pessoas comuns, que são avessas a novidades de tecnologia.

Mas, assim como a Cube TV, rede social de transmissão de vídeos ao vivo, chamados de live, ela pode atender muito bem um nicho e conseguir representatividade, assim como foi o Snapchat, por exemplo.

Como contra ataque, o Facebook já está preparando o que sabe fazer de melhor: copiar e incorporar. Sob o nome de clip, a novidade permite gravar vídeos separados e depois uni-los nos stories, como faz o Tik Tok.

Já o Google tem travado seu download na Play Store, local de download de aplicativos. Vários usuários já têm reclamado que não conseguem baixar o Tik Tok, pois aparece uma mensagem de erro que, curiosamente, só acontece com ele.