Uma menina norte-americana de 10 anos morreu depois de contrair uma ameba que se alimenta do cérebro. O protozoário, conhecido como Naegleria fowleri ameba, entra pelo nariz da vítima e chega até o órgão sistema nervoso central, levando ao óbito em poucos dias.
De acordo com a NBC News, a criança estava nadando em um rio, no Texas, quando foi contaminada. Esse tipo de ameba não precisa de hospedeiros para sobreviver. Além de viver em lagos e rios de águas mornas ou quentes, a bactéria também pode ser contraída em piscinas que não são tratadas de forma correta.
O médico infectologista da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Leonardo Weissmann, explica que a infecção é rara e os primeiros sintomas podem se manifestar em até 24 horas. "Normalmente, os primeiros sinais aparecem em um dia, mas podem demorar ainda cinco dias para se manifestar", diz.
Falsa meningite
Ainda segundo Weissmann, o problema muitas vezes não é diagnosticado rapidamente por ser incomum. Além disso, geralmente é confundido com meningite, devido aos sintomas parecidos. "É um quadro clínico bem semelhante. A pessoa fica com intolerância ao barulho e luz, dor de cabeça, enjoo, hemorragia e inchaço no cérebro", diz.
O especialista afirma ainda que existem poucos casos na literatura médica, o que dificulta precisão no diagnóstico e chances de cura. "Em 95% dos casos as pessoas contaminadas morreram", explica.
Mais da metade dos casos que ocorreram nos EUA aconteceram no Texas e na Flórida, onde os organismos microscópicos crescem na água morna das lagoas. No Brasil, ainda não há registros desse tipo de contaminação.
É possível prevenir?
Infelizmente, ainda não há métodos eficazes de prevenir a condição. Weissmann ressalta que a maneira mais comum de evitá-la, mas ainda sim sem garantia de prevenção, é não entrar em rios de temperatura quentes ou mornas e preservar o nariz, já que ele é a principal porta de entrada da ameba.
*Com informações da UOL