Jovem de 17 anos é despido e chicoteado depois de tentar furtar barra de chocolate em mercado de SP

Caso aconteceu em um supermercado de São Paulo. Vítima foi ameaçada de morte por um dos seguranças

Por: De A Tribuna On-line  -  03/09/19  -  17:30
Jovem foi despido, amordaçado, amarrado e passou a ser torturado com um chicote de fios elétricos
Jovem foi despido, amordaçado, amarrado e passou a ser torturado com um chicote de fios elétricos   Foto: Reprodução

Um rapaz de 17 anos foi despido e chicoteado por seguranças depois de tentar furtar uma barra de chocolate em um supermercado de São Paulo. Ele afirmou à Polícia Civil ter sido ameaçado de morte por um dos funcionários para que não relatasse o caso.   


O jovem prestou depoimento ao 80º Distrito Policial, da Villa Joaniza, no Sul de São Paulo, após o vídeo das agressões cair na internet e virar alvo de inquérito policial. A Polícia Civil chegou a pedir informações ao mercado sobre os dois seguranças, reconhecidos pelo jovem como ‘Santos’ e ‘Neto’. Os investigadores querem interrogá-los. 


O rapaz conta que, no mês passado, em data que não recorda, ‘dentro do respectivo Supermercado onde apanhou dos encarregados, furtou uma barra de chocolate e tentou sair sem efetuar o pagamento’. “Foi abordado na saída pela pessoa de Santos, segurança do local, o qual conhece já há algum tempo”. 


“Ele foi auxiliado por Neto que, juntos, levaram a vítima até um quarto nos fundos da loja”, narrou. “No local, a vítima foi despida, amordaçada, amarrada e passou a ser torturada com um chicote de fios elétricos trançados. Ali, permaneceu por cerca de quarenta minutos, sendo agredido o tempo todo”. 


“Não sabe dizer se mais alguém percebeu que aqueles seguranças o levaram para dentro daquele quarto onde foi espancado”, consta no termo de depoimento. 


“Depois de apanhar bastante foi liberado pelos agressores e não quis registrar boletim de ocorrência pois temia pela sua vida. Na saída do supermercado ouviu santos dizer que caso falasse algo para alguém iria matá-lo”, concluiu. 


Ele foi acompanhado pelo advogado Ariel de Castro Alves, conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos). “Estarei acompanhando as investigações e cobrando a punição dos responsáveis por esses atos bárbaros e cruéis de Tortura”. 


“Existem indícios contundentes de crime de tortura praticado pelos seguranças. A tortura ocorre quando alguém é submetido, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental. A lei 9455 de 1997, prevê penas de 2 a 8 anos aos acusados. A tortura é considerada um crime hediondo”, afirma o advogado. 


*Com informações do Estadão 


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