Evolução das baratas é negada por pesquisadores brasileiros: 'Não há motivo para pânico'

Especialistas do Brasil discordam de pesquisa de estudiosos americanos sobre espécie que está evoluindo para se tornar impossível de matar

Por: De A Tribuna On-line  -  15/07/19  -  13:32
  Foto: Divulgação

O estudo sobre baratas, que veio a público há menos de um mês, informa que elas estão evoluindo para se tornarem impossíveis de matar. Pesquisadores da Universidade de Purdue, dos Estados Unidos, descobriram que a barata alemã, comum em todo o planeta, já nasce resistente a produtos químicos com os quais nem sequer teve contato.


Porém, especialistas brasileiros garantem que não exite motivo para pânico. Pesquisador do Instituto Biológico - órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo -, Marcos Potenza afirma que a informação de que as baratas estariam evoluindo e se tornando resistíveis a qualquer tipo de inseticida é mito.


“As baratas como as conhecemos hoje são muito parecidas morfologicamente com os primeiros espécimes encontrados em fósseis de milhões de anos de idade. Atualmente são mais de 4.000 espécies descritas, e poucas se adaptaram ao convívio com o homem”, explica o especialista em Entomologia Urbana.


Baratas resistentes tendem a aumentar


Já sobre o estudo da universidade americana, Mario Edi Sato, doutorado em Entomologia pela USP e pós-doutor pela Universidade de Nagoya, no Japão, esclarece que "o processo de evolução da resistência a inseticidas na barata alemã é semelhante ao que ocorre em outros insetos".


“As baratas, ao longo do período de evolução, vêm sendo selecionadas para sobreviver em diferentes ambientes e se alimentar de diferentes substratos. Assim, elas acabam entrando em contato com compostos químicos semelhantes aos inseticidas. Então, quando um inseticida é lançado no mercado, já existem indivíduos resistentes a esses produtos”, diz Sato.


Segundo ele, no caso da barata alemã, existem 279 casos de resistência a 43 inseticidas (princípios ativos) em todo o mundo, de acordo com o Arthropod Pesticide Resistance Database, mas há poucos estudos publicados no Brasil.


*Com informações de O Globo 


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