Coronavírus: Ministério da Saúde suspende medida que impedia cruzeiros turísticos

A revisão técnica, que também pedia asilo voluntário de pessoas que viajaram para o exterior, foi revista

Por: Júnior Batista  -  15/03/20  -  00:35
  Foto: Alexsander Ferraz/AT

O Ministério da Saúde suspendeu, para revisão técnica, duas recomendações do Boletim Epidemiológico sobre covid-19 (o novo coronavírus), após receber críticas. Uma é sobre o isolamento voluntário de pessoas sem sintomas que vieram do exterior e outra que proibiu a circulação de cruzeiros turísticos. 


De acordo com o boletim, “com base nas sugestões recebidas pelos Estados, Municípios e identificação de pontos para aprimoramento detectados na coletiva, para melhorar a compreensão das medidas, algumas alterações foram realizadas para reedição do texto”.


Na sexta-feira (13), o Ministério da Saúde havia dado uma série de recomendações com medidas mais restritivas para evitar o avanço do novo coronavírus, entre elas o isolamento por sete dias de todas as pessoas que chegam de viagens internacionais, mesmo sem sintomas, e cancelamento de eventos com aglomerações.Ainda fica valendo, entretanto, a recomendação de isolamento domiciliar de pessoas com sintomas (febre + sintomas respiratórios) vindas do exterior.


Com relação aos cruzeiros, as sugestões são referentes ao detalhamento da norma, por exemplo, sobre datas, direitos, rotas, situações locais de circulação do vírus, entre outros. “Com a suspensão, cada caso será analisado com a autoridade de saúde local”, diz a nota. 


Despreocupados


Neste sábado(14), alguns passageiros que desembarcaram do navio Costa Fascinosa estavam tranquilos com relação à transmissão do vírus covid-19. No entanto, há restrição de circulação no terminal e a impressa não pôde circular no interior do Concais.


Uma família chilena, que retornaria ao País ainda ontem, disse que a viagem seguiu normalmente, apenas com as recomendações quanto ao álcool em gel. “Quando entramos, nos orientaram. Também falavam o tempo todo sobre o vírus nos altofalantes”, contou Claudia Erazo, de 29 anos. 


Na saída, entretanto, não houve medição de temperatura, segundo ela.  É a mesma informação que passou uma família de Jundiaí, interior de São Paulo. Eles estavam no mesmo cruzeiro. “Quando entramos, preenchemos um questionário e mediram nossa temperatura. Também recebemos vários informativos e havia álcool em gel em todos os locais”, explicou a química Naylil Capreti, de 25 anos.


O casal Andrea Bigate e Delma Dias, da Capital, fez o caminho inverso. Elas embarcaram ontem, no cruzeiro do Costa Fascinosa. Andrea disse que “está mais preocupada com a crise econômica mundial que com isso”, referindo-se ao vírus. “Acho que, se cada um fizer sua parte, a gente tira isso de letra. Agora, quero ver a economia voltar a funcionar com isso”, afirmou. 


Tudo sobre:
Logo A Tribuna
Newsletter