Conexão Portugal: A retomada gradual à 'vida normal'

Portugal vai entrar numa 'terceira fase' do combate à Covid-19

Por: Luiz Plácido - De Coimbra  -  30/04/20  -  22:10
Conexão Portugal: A retomada gradual à 'vida normal'
Conexão Portugal: A retomada gradual à 'vida normal'   Foto: Getty Images

Em conversas com os jornalistas depois de uma reunião com especialistas em epidemias em Lisboa, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, confirmou que o estado de emergência devido à Covid-19, que termina dia 2 de junho, não deverá ser renovado novamente. Mas salientou: “não é o fim do surto”. 


Marcelo disse esperar não ter que voltar a decretar estado de emergência no país, mas, se necessário for, voltará a fazê-lo. De acordo com o presidente, esta decisão foi tomada juntamente com o primeiro-ministro, António Costa, e continuará a ser avaliada por especialistas, que há cerca de um mês aconselham e ajudam a guiar as decisões do Governo. 


Segundo o chefe de Estado, Portugal vai entrar agora numa “terceira fase” do combate à propagação da Covid-19, que “continua a ser de controlo da situação”, mas com “uma retoma ou uma abertura por pequenos passos”.


Nesta quinta-feira, o governo irá se reunir para detalhar quais os setores da economia vão retornar as atividades em 4 de maio. Uma das propostas que o governo pretende tomar é a de rebaixar o status da gravidade em um nível, deixando de ser do atual estado de emergência, para a situação de calamidade pública, conforme adiantou na última semana o site Observador. Sobre este tema, Rebelo de Souza insistiu que “o fim do estado de emergência não significa o regresso à normalidade” em Portugal, nem “o fim da emergência que constitui a Covid-19”.


O que já se sabe é que barbearias, salões de beleza e cabeleireiros poderão voltar a trabalhar em 4 de maio, porém, só com marcações prévias. Não poderá ter fila de espera dentro dos estabelecimentos. O que deve voltar a seguir são as aulas para os alunos do 11º e 12º anos nas disciplinas sujeitas a exame nacional. As aulas devem regressar com uso obrigatório de equipamentos de proteção e distanciamento mínimo entre os alunos. As creches regressam em 1º de Junho. O que também deve abrir em 4 de maio são os pequenos comércios locais, igrejas e órgãos do governo. 


Um outro horizonte que já se pode vislumbrar é o verão que começa em breve no continente europeu. A Itália já anunciou que suas fronteiras permanecerão fechadas até 1 de Janeiro de 2021 para os estrangeiros. O mesmo deve acontecer em grande parte da União Europeia, e com Portugal não será diferente. Por conta disso, já se vislumbra um verão caseiro para que os portugueses possam ajudar na retomada da economia do país. Os deslocamentos devem ser curtos e feitos de carro ou trem, voos só os de curta duração nos próximos meses.


Outra novidade que se tem debatido no país é o acesso às praias, que deverá ser limitado, com o acesso controlado pela polícia e com um distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas na faixa de areia. Restaurantes e bares também terão que adotar medidas de segurança, como distanciamento entre as mesas e uso de equipamento de segurança.


Um manual de conduta deverá ser lançado na próxima semana visando o verão e a época balnear que arranca a 1 de junho. Quem ainda deve esperar um pouquinho mais é o setor de hotelaria, que só deve reabrir entre julho e setembro.


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