Bispos e pastores da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, um dos mais de 95 países em que a igreja evangélica brasileira tem filiais, resolveram tomar o poder dos templos no local e se desassociar da direção brasileira.
A justificativa para o rompimento são diversas acusações contra a administração da igreja de Edir Macedo no Brasil. São elas: evasão de divisas, expatriação ilícita de capital, racismo, discriminação, abuso de autoridade, imposição da prática de vasectomia aos pastores, intromissão na vida conjugal dos religiosos e concessão de privilégios a bispos brasileiros, como bons salários e carros modernos.
O anúncio da ruptura foi feito por um grupo de bispos e pastores da Universal em Angola nesta segunda-feira (22). Eles informaram que assumiram 35 templos da instituição na capital Luanda e cerca de 50 em outras províncias, como Lunda-Norte, Huambo, Benguela, Malanje e Cafunfo. O país africano conta com 500 mil fiéis.
De acordo com o grupo rebelado, quem deterá o controle da instituição, agora, será o então vice-presidente da igreja, o bispo Valente Bezerra Luiz. Eles afirmam que a igreja no país passará a se chamar Igreja Universal de Angola.
O processo de desassociação entre a Universal em Angola e a direção brasileira teve início em 2019. Em novembro, foi elaborado um manifesto, com a assinatura de 320 bispos e pastores, e encaminhado ao principal líder da igreja no país, o bispo brasileiro Honorilton Gonçalves, ex-vice-presidente da TV Record. O grupo fala que não teve retorno.
No entanto, houve resistência por parte de alguns fiéis angolanos. Em alguns templos, religiosos chegaram a tomar as chaves dos estabelecimentos para que não houvesse o controle por parte dos líderes de Angola.
*Com informações da BBC Brasil