Antecipação de feriado feita por Covas 'é precipitada', afirma Doria

Bruno Covas, prefeito de São Paulo, antecipou cinco feriados na capital paulista

Por: Do Estadão Conteúdo  -  19/03/21  -  16:12
Doria: aulas presenciais em todo Estado de São Paulo serão retomadas no dia 7/10
Doria: aulas presenciais em todo Estado de São Paulo serão retomadas no dia 7/10   Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), considerou precipitado o anúncio feito na quinta-feira, 18, pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) de antecipar feriados na capital paulista para reduzir a circulação de pessoas na capital, em razão do avanço do novo coronavírus.


A declaração foi feita na manhã desta sexta-feira, 19, na sede do Butantan, durante a entrega de mais 2 milhões de doses da CoronaVac pelo instituto ao Ministério da Saúde para o Programa Nacional de Imunizações (PNI).


Com relação aos prefeitos do litoral paulista que temem superlotação na região com decreto do município paulista, o governador afirmou que alertou a Prefeitura de São Paulo que "uma medida como essa deveria ser discutida previamente com governo estadual e prefeitos da região metropolitana e do litoral".


"Gera preocupação em prefeitos, principalmente da Baixada Santista, litoral norte e litoral sul em relação ao volume de pessoas que poderiam se dirigir a essas cidades diante de um feriado prolongado. Infelizmente, a decisão do prefeito (Bruno Covas) foi anunciar sem esse entendimento prévio. Recebemos várias manifestações. O centro de contingência está avaliando agora as medidas e manifestações. Ainda nesta sexta-feira, vamos anunciar algumas medidas e atender solicitações feitas por esses prefeitos para evitar a superlotação no litoral", afirmou Doria


800 mortes por dia


Ainda durante encontro, Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde também admitiu a possibilidade de ter entre 750 e 800 mortes por dia no Estado, caso a população também não colabore para aumentar o isolamento social. A previsão foi antecipada na coluna da Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, nesta manhã.


"Essa projeção é possível, uma vez que, por mais que estejamos aumentando o número de leitos e assistência a vida, se não houver o apoio das pessoas no sentido de evitar sua circulação e essa fase emergencial visa exatamente diminuir a mobilidade das pessoas é óbvio que junto com as pessoas que circulam, circulam com elas o vírus. Com isso, mais pessoas ficam doentes e acabam indo de forma até grave para as unidades de saúde. É importante lembrar que é uma doença grave e que 40% dessas pessoas, infelizmente, morrem nas unidades de terapia intensiva", disse.


"Estamos na fase mais restritiva do Plano São Paulo. Fomos obrigados a entrar no faseamento emergencial às custas da progressão da própria pandemia. Elevação do número de casos e internações e medidas mais restritas que visam reduzir a circulação das pessoas. Hoje temos diariamente 17 mil novos casos sendo notificados no nosso Estado e 600 mortes por dia e mantendo a média móvel de 600 mortes por dia. Na segunda-feira, 15, anunciamos a ampliação de 1,3 mil leitos, sendo metade para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas isso ainda é pouco. Precisamos também que a população entenda que reduzir sua circulação é fundamental e se sair de casa, faça com segurança", acrescentou o secretário estadual da Saúde.


Sobre afirmação do presidente Jair Bolsonaro feita na quinta-feira de que o governo federal entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra decretos de governadores e prefeitos, que estabelecem medidas restritivas no combate à pandemia, o governador de São Paulo afirma que não recebeu nenhuma notificação até agora.


"Até o presente momento não recebemos nenhuma informação. Mas classifico como uma medida, se vier a ser praticada de fato, medida que mostra coerência de um negacionista que é contra o isolamento, distanciamento, uso de máscara, contra a vida e a proteção das pessoas, assim como é contra a vacina", criticou Doria.


Doria acompanhou a entrega de mais 2 milhões de doses da CoronaVac, vacina da farmacêutica Sinovac fabricada pelo instituto ao Ministério da Saúde. O lote compõe os 7,3 milhões de unidades entregues desde a última segunda-feira, 15. Com a entrega desta sexta-feira, o total de doses distribuídas ao Ministério da Saúde chega a 24,6 milhões.


"Em apenas uma semana, o Instituto Butantan e o governo do Estado de São Paulo estão fornecendo, aos brasileiros de todo País, 7,3 milhões de doses da vacina do Butantan. É o maior volume de vacinas entregues em uma semana até o presente momento", disse Doria.


Pouco antes das 6h, Doria acompanhou a troca de turno de funcionários na fábrica da vacina do Instituto Butantan. "Agradeci a todos os quase 400 profissionais. O trabalho deles significa a vacina e cada vacina salva uma vida", afirmou.


Até o fim de abril, o número de vacinas garantidas por São Paulo ao PNI somará 46 milhões. O Instituto Butantan trabalha para entregar outras 54 milhões de doses ao ministério até 30 de agosto, totalizando 100 milhões de doses.


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