O Relatório Socioeconômico do processo seletivo das Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) mostra que os etecanos “rejuvenesceram” nos últimos dez anos. No Vestibulinho para o primeiro semestre deste ano, 80% dos aprovados têm até 23 anos – eram 75% em 2011. A maioria dos convocados continua vindo da rede pública de ensino (78%), tem renda familiar de até 5 salários mínimos (90,13%) e espera melhorar suas qualificações profissionais (61,25%).
O levantamento é da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), responsável pelos processos seletivos das unidades do Centro Paula Souza (CPS).
“Ao longo dos últimos dez anos, houve uma gradativa valorização do estudo por parte dos jovens e das próprias famílias brasileiras. Adolescentes que ingressavam muitas vezes de forma precoce no mundo do trabalho, hoje só podem trabalhar como aprendizes”, explica Almério Melquíades Araújo, coordenador da Unidade do Ensino Médio e Técnico da instituição.
“Isso se deve a alterações na legislação e, também, a uma percepção de que não há mais lugar no mercado para quem não possua o Ensino Médio completo.” conclui Araújo.
As variações na procura por cursos em determinados períodos são indicadores dessa evolução. Enquanto a demanda por cursos noturnos teve leve queda na última década (de 3,62 candidatos por vaga em 2011 para 3,06 em 2020), a proporção de candidatos às formações em tempo integral (manhã e tarde) mais que dobrou, saindo de 2,20 para 4,56.
Boca a boca
O levantamento registra ainda que muitos estudantes chegam às Etecs por meio de propaganda boca a boca: 70% dos aprovados declararam ter conhecido o Vestibulinho por amigos (31,35%), parentes (22,84%) e na escola (15,96%).