Top of Mind 2020: 'Temos que aproximar falas de atitudes', diz publicitário

Hugo Rodrigues, CEO da WMcCann, estuda o consumo e o comportamento humano

Por: Da Redação  -  06/12/20  -  12:16
Rodrigues assina o editorial da revista encartada neste domingo (6) em A Tribuna
Rodrigues assina o editorial da revista encartada neste domingo (6) em A Tribuna   Foto: Arquivo pessoal

A transformação digital se acelerou com a pandemia do coronavírus e também mudou os hábitos e a forma de consumir produtos e serviços. E essa exposição maior do consumidor no universo digital deixa “rastros de comportamento” que podem ser usados para o bem e para o mal. “Antes, você perguntava o que a pessoa gosta. Agora, ela deixa rastros muito íntimos”, diz o publicitário Hugo Rodrigues, chairman e CEO da WMcCann, e estudioso do consumo e comportamento do consumidor.


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Santista, Hugo é um dos publicitários mais reconhecidos e premiados do Brasil, sucessor de Washington Olivetto no comando da WMcCann, em novembro de 2017. Ele assina o editorial da revista encartada neste domingo (6) em A Tribuna, com as 31 marcas premiadas no Top of Mind.


Na linha de raciocínio de Hugo Rodrigues, a maior exposição do consumidor aos meios digitais fez surgir um leque de informações pessoais que “mudam o comportamento de consumo sem a nossa permissão”.


Outra observação do publicitário é sobre a distância entre os discursos e a prática na hora do consumo. ”Todo mundo fala que gostaria de se relacionar com marcas que estão preocupadas com coletividade, diversidade, inclusão. Isso é muito bonito, mas quanto disso converte mesmo? Aos poucos, temos que aproximar as nossas atitudes das nossas falas, até o momento em que vai ser exatamente igual. Aí, sim, vamos nos preocupar com as marcas que estão focadas em construir um mundo melhor”.


Fake news


Ao contrário do que alguns profissionais da área de consumo avaliam, Hugo Rodrigues entende que não há menos recursos para a publicidade. O que há, segundo ele, é uma pulverização das verbas em mais plataformas, condição que não existia antes.


“A estrutura de comunicação vem mudando. Há uma mudança na dinâmica do negócio, com mais pulverização. O que precisamos tomar cuidado é com a credibilidade de cada veículo. Existem plataformas de fake news que também recebem anúncio. É preciso cuidado com o veículo que você decide anunciar”.


O bem e o mal


A aceleração digital provocada pela pandemia também radicalizou comportamentos, polarizou ideologias e expôs as fragilidades do ser humano, segundo avalia. “Hoje, a moeda mais importante é o conhecimento. Se fosse possível que todos tivessem o mesmo nível de conhecimento, penso que a sociedade estaria mais igual”.


“O caminho vai se constituir num renascimento centrado na humanidade. Não há outra forma de reduzir desigualdades se não for dessa forma. A tecnologia tem um lado maravilhoso, que permitiu muitos avanços, mas trouxe consequências também. E não há como separar essa reconstrução que buscamos sem pensar na participação das marcas e na responsabilidade que elas têm”.


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