Santos diz estar pronto para volta aos treinos, mas espera receber jogadores infectados

Um atleta do elenco profissional pediu auxílio do clube, pois apresentou sintomas de novo coronavírus

Por: Bruno Lima  -  15/06/20  -  17:16
Ricardo Galotti, chefe do Departamento Médico do Santos, explicou o protocolo de segurança do clube
Ricardo Galotti, chefe do Departamento Médico do Santos, explicou o protocolo de segurança do clube   Foto: Reprodução/Youtube

A retomada dos treinamentos do Santos no CT Rei Pelé ainda não tem data definida para ocorrer em razão da pandemia do novo coronavírus. O clube, no entanto, garante estar pronto para a volta das atividades. 


Por meio de uma entrevista coletiva virtual na manhã desta segunda-feira (15), o médico Ricardo Galotti, responsável pelo Departamento Médico do Peixe, explicou como será o protocolo adotado para o elenco e funcionários assim que os governos estadual e municipal autorizarem. 


Segundo Galotti, os jogadores da equipe principal começarão a ser testados a partir desta semana. 


"A gente tinha feito um protocolo e estamos totalmente preparados. Fizemos várias normas de segurança. Vamos começar com uma desinfecção no CT. A partir da data do retorno, faremos essa desinfecção dois dias antes. Todos os atletas serão submetidos aos exames, ao PCR, e faremos sorologia de todos os jogadores. Todos os funcionários serão testados também. Não adianta testar atletas e quem trabalha no clube não. Repetiremos a sorologia uma vez por semana. Atletas respeitarão o distanciamento, não farão uso do vestiário, teremos kit individual para cada jogador. Nessa primeira fase, não liberaremos o refeitório também. Todos os funcionários usarão máscaras e a viseira. Além disso, colocamos álcool em gel em tudo. São muitos dispensers instalados no CT. Vamos escalonar o horário dos jogadores para treinamentos. Quando o atleta adentrar, responde questionário sobre sintomas de febre, tosse, alteração de olfato ou paladar. Os que apresentarem febre de mais de 37,5 serão afastados por 14 dias e repetirão os exames", resumiu Galotti.


Sem revelar o nome, o médico informou que um jogador do elenco profissional pediu orientações, pois apresentou sintomas de novo coronavírus e está sendo monitorado. 


"Teve atleta que pediu auxílio. Não vamos citar o nome. Fizemos a testagem, o PCR e a sorologia. Ele tinha sintomatologia e tinha familiar testando positivo. Fizemos outros exames e estamos monitorando. Só não vamos falar quem é o atleta", disse o médico. 


Por conta dos 74 anos e de fazer parte do grupo de risco, o técnico Jesualdo Ferreira é uma preocupação do departamento médico. Contudo, Galotti explica que ele tem recebido acompanhamento do clube e não apresentou qualquer sintoma. 


"O professor Jesualdo está na faixa dos 70 anos, preconizado como grupo de risco. O Departamento Médico entra em contato com ele frequentemente. O doutor Fabio Novi o visita. Ele está bem, sem sintomas. A principal medida é a higienização total de mãos e usar máscara, sem ter contato com ninguém que tenha sintomas".


Infectados


Galotti salientou que alguns jogadores, por conta própria, realizaram os exames. Entretanto, quando se reapresentarem ao clube serão submetidos a novos testes e, de acordo com o médico, a tendência é de que exista jogador infectado. 


"Não fizemos a testagem ainda. Quando voltarmos, testaremos todo mundo. Alguns atletas fizeram teste por conta própria e não estão infectados. Mas não é oficial pelo clube, vamos fazer pelo clube. Quando voltar, quase certeza de haver infectados, mas porcentagem é variável. Vimos em outros clubes muitas pessoas infectadas".


Por fim, Galotti explicou que o protocolo de segurança desenvolvido pelo Santos foi baseado naquilo que clubes da Europa, que já voltaram às competições, fizeram após os seus países superarem o pico da pandemia. 


"Vimos tudo o que eles fizeram e tentamos adequar. Estão um passo na frente, retomaram os jogos, passaram por algumas dificuldades. Entrei em contato com médicos do Grêmio e Flamengo, conversamos bastante. Realidade mais próxima da nossa que da Europa. Achamos que vai dar certo", finaliza.


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