Ricardo Agostinho é o quinto entrevistado entre os seis candidatos a presidência do Santos

O candidato foi embaixador do Santos em São Paulo por três anos

Por: Da Redação  -  04/12/20  -  11:22
O candidato foi embaixador do Santos em São Paulo por três anos
O candidato foi embaixador do Santos em São Paulo por três anos   Foto: Divulgação

No próximo dia 12, o Santos realiza eleição para definir o presidente do triênio 2021-2023. Hoje, A Tribuna dá sequência à série com os seis candidatos publicando as ideias e projetos de Ricardo Agostinho, que encabeça a Chapa 3, Transforma Santos. Ele, que tem como vice Ronald Monteiro, é publicitário. Atualmente, atua na área de varejo da indústria farmacêutica. Além disso, foi embaixador do Santos em São Paulo por três anos. Agostinho disputa a eleição com Andrés Rueda, Daniel Curi, Fernando Silva, Milton Teixeira Filho e Rodrigo Marino.


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O que o motivou a disputar a presidência do Santos?


Sou candidato porque estou convicto de que somente uma grande transformação institucional e administrativa poderá livrar o Santos do caos provocado pela irresponsabilidade de suas últimas gestões. Não precisamos de “salvadores da pátria”, mas de um projeto consistente. Nós temos esse projeto. Ele está sendo construído há mais de dois anos a partir de pesquisas realizadas junto a associados e torcedores. E contempla a experiência que tive como embaixador do Santos em São Paulo e a competência de um grupo de executivos. Também me orgulha o fato de representarmos a renovação. Fico muito satisfeito em dizer que nossa chapa é formada por 50% de associados que nunca ocuparam uma cadeira no Conselho Deliberativo.


Quais são seus planos para administrar o clube e pagar as dívidas?


O primeiro passo para buscar estabilidade é recuperar a confiança do mercado, fornecedores, federações e atletas. Isso passa pela implementação de uma política antissuborno e de compliance. Contamos com especialistas em renegociação de dívidas que se reunirão com os credores. A partir daí, vamos reduzir despesas supérfluas, investir no crescimento da base de sócios e no aprimoramento das fontes primárias em termos de receita: licenciamento, uniforme, transmissão, jogos, relacionamento com o torcedor e atletas. Um clube com 108 anos não pode frequentar noticiários como devedor, nem ficar à mercê dos mecenas de ocasião. 


Um dos grandes problemas do Santos é comprar jogadores que não pode pagar. Como você pretende lidar com essa questão?


Este problema deve ser tratado de duas formas: resolver os erros do passado e não cometê-los novamente. Apesar dos prejuízos, o Santos não pode simplesmente “se esconder” de credores. Mais importante é não voltar a contrair dívidas absurdas. Contratações de jogadores devem ser decididas a partir de rigorosos critérios técnicos, e não pela proximidade com empresários. Com o dinheiro gasto com a contratação do Cueva, por exemplo, quantos jovens poderíamos ter atraído e descoberto?


Quais são seus planos para as categorias de base?


O futuro da base do Santos está em risco. Falta infraestrutura, os direitos econômicos dos nossos talentos são distribuídos entre empresários e nosso processo de formação hoje está bem aquém das possibilidades. Nosso plano passa pela construção de um novo CT para o futebol profissional masculino. Para isso, monitoramos áreas na região metropolitana da Baixada Santista e contamos com a experiência de profissionais do nosso grupo de inteligência para atrair investidores. Também defendemos a retomada efetiva das atividades do futsal, que já nos ajudou a revelar craques. A partir disso, faremos um remanejamento: o CT Rei Pelé passará a abrigar exclusivamente as categorias de base; e o CT Meninos da Vila será destinado unicamente ao futebol feminino. 


Vai reformar a Vila? Erguer um novo estádio?


Com as finanças deterioradas, não podemos prometer grandes reformas a curto prazo. Mas existem melhorias que não custam tanto e que certamente podem fazer da Vila Belmiro um estádio mais acessível, limpo, agradável e seguro já para o tão aguardado reencontro com a torcida. Nossas premissas também levarão em conta o atual projeto do retrofit da construtora WTorre, atualmente em análise e do qual ainda precisamos ter mais detalhes.


Como pretende resolver o baixo público nos jogos do Santos na Vila Belmiro?


Precisamos ter uma Vila Belmiro mais atrativa e confortável. Outra proposta é envolver o associado em consultas sobre os mandos de jogos, criando assim um calendário antecipado e mais viável para que ele possa se programar, não só para vir à Vila Belmiro, como, eventualmente, deslocar-se para outros estádios em que o Santos possa vir a atuar. Com essas ações, nossa gestão de marketing poderá planejar cada vez melhor o match-day, desde o momento em que o santistadecide ir ao jogo até a hora em que ele volta para casa e compartilha os bons momentos nas redes sociais. 


Como aumentar o número de sócios-torcedores?


Antes de tudo, é urgente aprimorar a funcionalidade técnica, os benefícios do programa Sócio-Rei. A partir daí, propor a renegociação com os atuais sócios inadimplentes e avaliar as possibilidades de criação de uma modalidade de associação ainda mais popular, com benefícios proporcionais. Outro de nossos pilares é dar mais atenção às mulheres e aos jovens santistas, com mais ofertas e programas especiais. É inadmissível que o Santos, com uma torcida que figura entre as dez maiores do País, com pacotes de associação disponíveis a partir de R$ 27,00, tenha engajamento tão baixo (cerca de 22 mil sócios). 


O Santos é um time grande com receita de time médio. Como resolver?


A receita aumentará assim que esta grande transformação que defendemos estiver em curso. É um grande ciclo virtuoso, que começa com o santista voltando a acreditar nas pessoas que administram o clube, o que vai levá-lo a se tornar sócio, a ir ao estádio, a comprar os produtos oficiais do clube, etc. E a recuperação das finanças e da credibilidade incide no fortalecimento do futebol. 


Com você, o Santos vai conquistar títulos?


Títulos são consequência de um plano de gestão eficiente, responsável, transparente e focado nas tradições e virtudes que envolvem um clube da grandeza do Santos. É assim que o nosso grupo vai trabalhar nos bastidores e com total confiança na obtenção de vitórias e conquistas expressivas em campo.


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