Processo revela cobrança e insatisfação de Sasha com corte salarial no Santos

Além de cobrar a rescisão unilateral do contrato por conta da redução salarial de 70% sem acordo coletivo com o sindicato dos jogadores profissionais do Estado de São Paulo ou individual, o atacante Eduardo Sasha cobra na Justiça do Trabalho pagamento do 13º salário de 2019, além do depósito do FGTS referente aos meses novembro e dezembro do ano passado. 

O processo que o atleta ajuizou no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região perdeu o sigilo e vazou nas redes sociais nesta quinta-feira (23). 

Conforme ATribuna.com.br antecipou, o juiz Carlos Ney Pereira Gurgel concedeu cinco dias corridos, a partir da data de notificação, para que o Santos apresente documentos que comprovem um acordo com o jogador para tal redução. 

No processo, os representantes jurídicos de Sasha usam até um comunicado oficial feito pelo Santos em que admite "ter reduzido os salários dos atletas no mês de abril de 2020, sem a celebração de qualquer acordo". 

Como prova de que a diretoria agiu de forma impositiva, os advogados de Sasha anexaram na ação o print de uma mensagem do dia 9 de abril em que o gerente de futebol Willian Thomas informa a redução salarial de 30% do salário do mês de abril, conforme vinha sendo negociado com o elenco. 

"Caros Capitães, bom dia! Gostaria de avisá-los que hoje entrará o salário de março integralmente. Também, o aceite da proposta de 30% (15% e 15%) para o mês de abril. Como todos sabem, o clube está fazendo um esforço enorme neste momento. E devido as indefinições do futuro, vamos debater e negociar as condições mês a mês. De qualquer forma, sigo à disposição de todos para qualquer esclarecimento. Solicito aqui o de acordo de vocês com relação ao acordado acima para que possamos dar seguimento na homologação do sindicato dos atletas profissionais de São Paulo", escreveu o dirigente. 

Entretanto, sem negociação, no dia 12 de maio Eduardo Sasha entrou em contato com a diretoria por e-mail discordando do desconto de 70% com o qual foi surpreendido ao verificar o seu holerite. 

"Prezados, boa tarde. Fui surpreendido com o valor informado no meu holerite. Não concordo com o desconto de 70% do meu salário. Isso foi imposto pelo clube e não teve a concordância dos atletas e nem a participação do sindicato. Em consideração ao momento difícil que todos estamos passando, não somos contrários a negociar uma redução, mas isso deve ser feito de maneira justa e bilateral", escreveu o jogador. 

Além da rescisão, Eduardo Sasha pede a indenização de R$ 15.532,467,50 referente a multa compensatória, que é o pagamento de todos os salários que o jogador teria para receber até o fim do contrato, em dezembro de 2022.

No contrato de Sasha com o Santos existe a previsão de dois aumentos salariais. Um para ocorrer no início de 2021 e outro no início de 2022.