Presidente do Santos se defende antes de reunião que pode provocar seu impeachment

Conselho Deliberativo irá votar a aprovação ou não das contas de 2018 na próxima terça-feira (16)

Por: Bruno Lima  -  11/06/20  -  23:33
Peres foi denunciado por suas declarações contra a arbitragem do Brasileirão
Peres foi denunciado por suas declarações contra a arbitragem do Brasileirão   Foto: Ivan Storti/Santos FC

Na próxima terça-feira (16), o Conselho Deliberativo do Santos irá realizar uma reunião por meio de videoconferência para votar as contas de 2018. O encontro virtual pode resultar no afastamento do presidente José Carlos Peres do cargo.

Em entrevista à rádio Transamérica, na tarde desta quinta-feira (11), o mandatário alvinegro se defendeu das acusações de que fez mal uso do dinheiro do clube e daqueles que querem tirá-lo da administração. 

“A vontade (de afastá-lo) é uma coisa, mas existe a legislação do clube. O caso de 2018 é  emblemático, porque recebemos R$ 100 milhões  pela primeira parcela do Rodrygo, que vendemos ao Real Madrid. O clube estava em uma situação difícil quando assumimos. Tão logo pegamos esse dinheiro, colocamos tudo em dia. Pagamos US$ 74,5 milhões das gestões anteriores. Isso é fluxo de caixa. Não permitiram que lançassem esses R$ 100 milhões. O Conselho Fiscal (CF) veio com a faca nos dentes e disse que o que vale são os contábeis. Isso  vai ser discutido na terça-feira e eles (conselheiros) vão atender o parecer (do CF, que pede a reprovação das contas), que tem direito a defesa e retórica”, disse o presidente.

Peres reclamou que a  votação de uma questão tão importante ocorra durante o momento de isolamento social que o Brasil vive, em razão da pandemia do novo coronavírus.

“Vamos esperar a reunião de terça-feira, que será feita por videoconferência. É uma série de coisas discutíveis. No Conselho tem pessoas do bem, uma boa parte. Eles vão entender onde está o furo. É questão de ver a verdade, ter consciência. O momento não é propício para discutir. Estamos no meio de uma pandemia, uma calamidade pública. Isso só vai atrapalhar o clube. Eu não posso culpar ninguém, não é do meu feitio culpar os outros, mas cada um sabe o que está fazendo. E o Marcelo Teixeira (presidente do Conselho Deliberativo) está fazendo a parte dele”.

O presidente também voltou a falar sobre o uso dos cartões corporativos do Santos para fins pessoais. 

“O cartão corporativo de 2019 na verdade é um cartão que é usado pelo departamento de futebol. Foi feito um cartão corporativo para eles, eu não usei. Se está errado, tem de chamar o responsável pelo departamento de futebol”, falou ele antes de tratar dos gastos em uma loja de peças íntimas femininas. 

“Esse negócio de lingerie foi... Não vou dizer no ar, mas foi de uma fofoca terrível e vamos processar. Nós compramos em um shopping, estávamos até em uma reunião de negócios. Eu comprei um spray de ambiente, porque temos reunião no Business Center. Temos três salas de reuniões. Esse spray custou R$ 98,00 e foi adquirido numa loja que vende tudo. Tenho a nota comigo e tenho o produto também. É uma baixaria, uma falta de respeito com o ser humano. Quando eu abro a boca, eu falo a verdade. Cheguei em casa e precisei me explicar lá. Uma falta de respeito ao ser humano fora dos limites”, finalizou o mandatário.


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