Gravações mostram Robinho negando estupro na Itália e dizendo que fez 'apenas sexo oral'

A decisão do Tribunal de Milão, de novembro de 2017, ainda não é definitiva e já foi contestada pela defesa do jogador

Por: Por ATribuna.com.br  -  16/10/20  -  16:20
Atualizado em 16/10/20 - 16:37
Robinho nega estupro em gravações de processo na Justiça italiana: 'Nem toquei nela'
Robinho nega estupro em gravações de processo na Justiça italiana: 'Nem toquei nela'   Foto: Ivan Storti/Santos FC

A sentença da Justiça italiana, que condenou Robinho e um amigo em primeira instância a nove anos de prisão por violência sexual de um grupo contra uma mulher albanesa mostra que conversas por telefone realizadas entre os envolvidos foram peça-chave para o veredito. O documento foi obtido e publicado pelo GE.Globo.


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A decisão do Tribunal de Milão, de novembro de 2017, ainda não é definitiva e já foi contestada pela defesa do jogador. O advogado de Robinho na Itália apresentou recurso, e a Corte de Apelo de Milão vai iniciar a análise do processo, em segunda instância, no dia 10 de dezembro. 


O caso


O jogador do Santos é acusado pelo acontecimento em uma boate de Milão chamada Sio Café na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013. Além de Robinho, outro cinco brasileiros teriam participado do ato classificado pela Procuradoria de Milão como violência sexual. 


Robinho é condenado com base no artido '609 bis' do código penal italiano, que aborda de duas ou mais pessoas reunidas para ato de violência sexual - forçando alguém a manter relações sexuas por sua condição de inferioridade. 


Vale lembrar que o jogador negou a acusação em abril de 2014. Ele admitiu que manteve relação sexual com a vítima, mas disse que foi uma relação consensual de sexo oral e sem outros participantes. 


Gravações de ligações entre Robinho e Ricardo Falco, outro brasileiro envolvido no caso, foram transcritas na sentença. Uma dessas conversas aconteceu no carro do jogador e em certo momento, ele demonstra estar preocupado com a possibilidade de a vítima prestar depoimento. 


Confira a conversa na íntegra:


Falco: – Ela se lembra da situação. Ela sabe que todos transaram com ela.


Robinho: – O (NOME DE AMIGO 1) tenho certeza que gozou dentro dela.


Falco: – Não acredito. Naquele dia ela não conseguia fazer nada, nem mesmo ficar em pé, ela estava realmente fora de si.


Robinho: – Sim.


Para a justiça da Itália, as escutas realizadas são 'auto acusatórias'. Além dos telefones grampeados, a polícia instalou escutas no carro do jogador. 


No primeiro mês de monitoramento, uma interceptação mostrou o músico Jairo Chagas, que tocou na noite da ocorrência na boate, avisando Robinho sobre o caso. O jogador responder "Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu". 


"Olha, os caras estão na merda... Ainda bem que existe Deus, porque eu nem toquei aquela garota. Vi (NOME DE AMIGO 2), e os outros foderam ela, eles vão ter problemas, não eu... Lembro que os caras que pegaram ela foram (NOME DE AMIGO 1) e (NOME DE AMIGO 2).... Eram cinco em cima dela", completou. 


Robinho voltou a falar com o músico, no diálogo entre os dois, o jogador do Santos falou sobre o episódio e pediu para Jairo encobertá-lo. 


Robinho: –A polícia não pode dizer nada, eu direi que estava com você e depois fui para casa.


Jairo: – Mas você também transou com a mulher?


Robinho: – Não, eu tentei. (NOME DE AMIGO 1), (NOME DE AMIGO 2), (NOME DE AMIGO 3)...


Jairo: – Eu te vi quando colocava o pênis dentro da boca dela.


Robinho: – Isso não significa transar.


Ainda na sentença, em uma das conversas monitoradas dentro do carro do jogador, ele e Ricardo Falco combinam as respostas que dariam à Justiça. Para Falco, a 'salvação' da dupla era que não tinha nenhuma câmera na boate que flagrasse eles com a jovem. 


*com informações do GE.Globo.


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