Geninho recorda última semifinal entre Santos e Corinthians: 'Foi a minha derrota mais dolorosa'

Derrota foi sofrida justamente contra o arquirrival, em 2001, quando Ricardinho, nos últimos segundos de jogo, marcou o gol da vitória corintiana por 2 a 1, no Morumbi, e eliminou o Peixe da competição

Por: Bruno Lima & Da Redação &  -  31/03/19  -  12:51
Atualizado em 31/03/19 - 12:52
Geninho relembra semi-final de 2001
Geninho relembra semi-final de 2001   Foto: Irandy Ribas/ AT

Em dezembro de 2002, o Santos venceu o Corinthians na final do Campeonato Brasileiro e colocou fim em um jejum de títulos que já durava 18 anos. Ao longo desse período, a derrota mais dolorosa foi sofrida justamente contra o arquirrival, em 2001, na emocionante semifinal do Campeonato Paulista, quando Ricardinho, nos últimos segundos de jogo, marcou o gol da vitória corintiana por 2 a 1, no Morumbi, e eliminou o Peixe da competição. 


Passados outros 18 anos, os times voltam a se encontrar neste domingo (31), às 16 horas, na Arena Corinthians, pela primeira vez, desde então, em uma semifinal de Estadual. Técnico do Santos em 2001, Geninho, hoje no Avaí, não esquece aquela amarga eliminação. Em entrevista para o jornal A Tribuna, o treinador não tem dúvidas em apontar aquele resultado como o mais frustrante de toda a sua carreira. 


"Foi uma partida inesquecível. Estávamos com a classificação nas mãos. Tínhamos um jogador a menos, pois o Galvan - zagueiro argentino - havia sido expulso, mas o Corinthians não oferecia perigo. Infelizmente, já nos acréscimos, o (lateral-direito) Russo recebe um passe dentro da área e, ao invés de segurar para gastar o tempo, finaliza para longe. Em seguida, o Corinthians constrói a jogada do gol. Foi a derrota mais dolorosa da minha carreira de treinador. Foi um baque muito grande", conta Geninho, que em seguida encontrou um vestiário em clima de velório - o primeiro jogo havia terminado 1 a 1, e no segundo o time santista jogava pelo empate para ir à final, vencida pelos corintianos.


"Tinha muito atleta chorando. Todos estavam convictos da classificação e, com todo o respeito ao Botafogo, que foi o outro finalista, de que seríamos campeões depois de tantos anos. Até os mais experientes daquele elenco choravam", recorda o treinador.


No dia seguinte ao jogo, descobriu-se que Ricardinho, do Corinthians, havia atuado com um ponto eletrônico no ouvido para receber com mais rapidez as orientações do técnico Vanderlei Luxemburgo. O episódio virou uma grande polêmica, pois não é permitido que um atleta atue com qualquer recurso tecnológico. Geninho, contudo, não entende que o equipamento tenha sido determinante para a classificação corintiana. 


"Nunca fui de chorar por resultados ruins. Lembro que o uso do ponto eletrônico gerou muita polêmica, mas não acho que tenha sido essencial para que eles nos vencessem naquele dia. Treinei o Ricardinho posteriormente a isso, mas nem quis tocar nesse assunto com ele", comenta o treinador.
Aquela derrota trouxe outras consequências ao Santos. Segundo Geninho, a pressão da torcida nas ruas no dia dia, mesmo com o Campeonato Brasileiro em andamento, o fez pedir demissão. 


"Estávamos invictos há sete jogos e na vice-liderança do Brasileirão, mas não aguentei a pressão das ruas e acabei pedindo demissão. À época, o presidente do Santos era o Marcelo Teixeira e ele não quis aceitar. Mas eu achava a injusta toda a cobrança da torcida sobre aqueles meninos. O desgaste foi excessivo e, mesmo sem ter nenhuma proposta, decidi sair". 


Por ironia do destino, Geninho semanas depois foi para o Atlético-PR, clube pelo qual alcançaria, ao final do ano, sua principal conquista, o título brasileiro.


Favorito?


À frente do Avaí desde abril do ano passado, Geninho irá acompanhar o primeiro confronto das semifinais do Paulista como um amante do futebol. E para ele, não há favorito nesse mata-mata.  "Acho que nenhuma das equipes está pronta ainda. O Santos está pegando o jeito agressivo e ofensivo do Sampaoli. Ainda não assimilou tudo. E o Corinthians a mesma coisa com o estilo pragmático do Carille. Vejo os dois times com muitos altos e baixos. Por isso, creio que será um bom jogo para assistir".


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