O Conselho Deliberativo do Santos voltará a se reunir na próxima segunda-feira (3), virtualmente, para votar o segundo parecer do Conselho Fiscal sobre as contas de 2019. E, mais uma vez, a recomendação da Comissão Fiscal (CF) é para que os conselheiros reprovem as finanças do clube referentes ao ano passado.
Em reunião realizada em 30 de junho, os conselheiros não aprovaram as contas de 2019, e as mesmas foram encaminhadas ao CF para que o presidente José Carlos Peres e os membros do Comitê de Gestão apresentassem as devidas justificativas. Tais explicações foram dadas, mas não convenceram o órgão, que pede aos conselheiros para fazer um novo julgamento.
Caso os membros do Conselho sigam a recomendação da Comissão Fiscal e reprovem novamente as finanças, as contas do ano passado serão enviadas à Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS), que poderá abrir um processo para analisar os apontamentos da CF.
"Reiteramos o pedido expresso em nosso parecer e requeremos que a mesa do Egrégio Conselho Deliberativo encaminhe o parecer e esta análise para a Comissão de Inquérito e Sindicância do Conselho Deliberativo, afim de que as denúncias averiguadas e tomadas todas as providências que se façam necessárias para preservar a nossa instituição", diz a conclusão do relatório feito pela CF após as justificativas apresentadas pela atual gestão e encaminhadas na tarde desta terça-feira (28) aos conselheiros.
Caso a CIS abra processo, ele deverá obedecer os trâmites estatutários para esclarecimentos e defesa das partes. Posteriormente, emitir um novo parecer e encaminha à Mesa do Conselho para apreciação do plenário.
Irregularidades
A CF sugeriu a reprovação por conta de uma série de ações consideradas irregulares, em que pese o superavit de R$ 23,5 milhões.
Uso indevido do cartão corporativo e pagamento de comissões indevido estão entre as irregularidades apontadas pela Comissão Fiscal.
Sobre o uso do cartão corporativo, o relatória da CF diz: "O presidente admite o uso ilegítimo do cartão, bem como a negligência com as pendências de ressarcimento dos valores".
Sobre o pagamento de comissão a intermediários na venda do atacante Bruno Henrique ao Flamengo, a atual gestão alegou, segundo o parecer da CF, que "não firmou contrato de intermediação; não existem quaisquer pagamentos de intermediação por parte do clube e não contratou ou contou com o auxílio da empresa na formalização do negócio".
Em contrapartida, a CF alega que a "Administração fez essas afirmações sem, contudo, apresentar os documentos solicitados, e reiterados por 3 vezes pelo Conselho Fiscal.