Ex-jogadores e companheiros se despedem do amigo e ídolo Coutinho

A notícia da morte de Antônio Wilson Vieira Honório, o Coutinho, abalou familiares, amigos, ex-jogadores, torcedores do Santos e admiradores de um dos maiores centroavantes da história nesta segunda-feira (11).

Segundo maior artilheiro da história do Peixe, com 405 gols, Pepe chegou às 11h15 desta terça (12) ao velório do amigo, que está sendo realizado no Salão de Mármore da Vila Belmiro, em Santos. Os ex-atletas santistas Mengálvio, Dorval, Juary, João Paulo, Manoel Maria, entre outros, também foram se despedir do ídolo.

“A gente perde um amigo de todas as horas. O Santos realmente está de luto, foi um jogador extraordinário e um ser humano incrível. Me orgulho de ter feito parte do ataque com ele e Pelé. Desde os 14 anos fez a alegria dos santistas”, lamentou Pepe, recordando os gloriosos tempos em que dividiam espaço no gramado.

“As tabelinhas dele com Pelé ficaram marcadas para sempre. Foi o cara que mais entendeu o Rei em campo. Ele foi o melhor de todos. Não tinha tempo ruim para Coutinho. Uma lacuna difícil de ser preenchida”, emendou o Canhão da Vila.

Campeão paulista em 1978 pelo Santos, o atacante Juary foi o primeiro ex-jogador a chegar ao velório de quem ele considera “o maior centroavante que o Santos já teve” na manhã desta terça, por volta das 9h20. Durante a madrugada, os ex-companheiros de Coutinho, Dorval e Mengálvio foram vê-lo pela última vez.

“Não tem palavras para explicar. O homem, a pessoa, para mim foi um pai. Não tive o prazer de jogar com ele, mas tive o prazer de trabalhar ao lado dele. Ele me ensinou muito, foi um cara extraordinário. Vai ficar sempre no meu coração. Se eu virei o jogador que eu virei, muito devo ao Coutinho”, disse Juary.

Também vencedor do título estadual de 1978, o ex-atacante João Paulo apareceu na Vila Belmiro logo em seguida, e lamentou o falecimento do colega: “Fiquei muito triste com a notícia. Mas isso faz parte da nossa vida. Além de ser treinado por ele, tive a oportunidade de jogar tranca, baralho com ele. O que fica é a amizade”.

Outro ex-santista, que figura no hall de ídolos do clube, chegou ao local pouco após as 10h. Manoel ‘Mané’ Maria se despediu de Coutinho e demonstrou tristeza em algumas palavras dedicadas a ele.

“Parece que é alguém da minha família que se vai. O sentimento é de muita tristeza, e também de lembranças boas. Amanhã pode ser eu, ou outro, e assim vai se acabando. Não consegui dormir. Imagina o Dorval, que era muito ligado a ele”, afirmou.

Sobre quem foi Coutinho dentro das quatro linhas, Mané foi categórico: “Dentro da área, ele foi o mestre”. Fora de campo era muito alegre, tinha umas tiradas rápidas. Era uma alma boa. Tinha um jeito meio rabugento, mas era divertido”, completou.

Na sequência da chegada de Pepe, o ex-ponta-esquerda do Santos Jonas Eduardo Américo, o Edu, chegou ao velório e, em poucas palavras, descreveu Coutinho: “Ele sabia bater forte na bola e tinha uma categoria incrível. Estávamos todo dia juntos. Era um grande companheiro”.

Edu foi campeão nacional em 1968 pelo Santos e campeão mundial pela seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970, no México.

Antônio Lima dos Santos, o Lima, chegou ao velório para prestar suas homenagens ao amigo Coutinho. O eterno curinga da Vila falou sobre a humildade do ex-companheiro. 

“Uma pessoa que chegou humilde. Ninguém dava a mínima para ele. Mas, através de um futebol simples, maravilhoso e objetivo, ele foi, para mim, o maior centroavante que o mundo já viu”, disse. E Lima ainda completou: "Outro, se quiser tomar o lugar dele, o que eu acho muito difícil, vai ter que fazer muita coisa”.

O icônico companheiro de Coutinho dentro dos campos, Pelé, não compareceu ao velório, mas enviou uma coroa de flores para a cerimônia.

O ex-jogador morreu por volta das 18h30 de segunda-feira, na casa de sua filha Rosângela, no bairro Marapé, em Santos. O velório se estenderá durante o dia para que amigos, familiares, companheiros de futebol e torcedores possam prestar suas homenagens ao eterno camisa 9 do Peixe. O sepultamento está marcado para às 18h na Memorial Necrópole Ecumênica.

A causa da morte foi confirmada como infarto agudo no miocárdio em decorrência de diabetes e hipertensão arterial sistêmica, conforme afirmou ao G1 o médico Milton Mattozinho.