Em seus 130 anos, A Tribuna mostrou o nascimento e grandes conquistas do Santos

Santos Futebol Clube, Jabaquara e Portuguesa Santista ainda não existiam quando o jornal foi fundado

Por: ATribuna.com.br  -  26/03/24  -  09:28
O jornal foi o único a divulgar como seriam as cores do time do Santos quando foi fundado, em 1912
O jornal foi o único a divulgar como seriam as cores do time do Santos quando foi fundado, em 1912   Foto: Reprodução

Quando A Tribuna foi fundada, então como Tribuna do Povo, o futebol nem engatinhava direito. O motivo é que em 18 de fevereiro de 1894, 36 dias antes da criação do periódico, o inglês Charles Miller desembarcou no Porto de Santos, depois de voltar de estudos na Inglaterra, trazendo bola, um par de chuteiras e um livro com as regras do futebol, institucionalizando no Brasil o esporte que aprendera com os britânicos.


Santos Futebol Clube, Jabaquara e Portuguesa Santista, portanto, ainda não existiam e, assim que foram fundados (em 14 de abril de 1912, 15 de novembro de 1914 e 20 de novembro de 1917, respectivamente), passaram a ter suas trajetórias publicadas diariamente nas páginas de A Tribuna, revelando farto material para torcedores e escritores que se alimentam dessa fonte.


A fundação do Santos, por exemplo, saiu na página 2 da edição de 15 de abril de 1912, dia seguinte ao da fundação e com a grafia da época. “Sport - Santos Foot-Ball Club - Com o nome supra acaba de ser fundado nesta cidade um club de foot-ball, destinado por certo a uma vida longa e plena de victorias, para o que conta com os melhores elementos desta terra. (...) Côres do club, branco e azul e nun (ou um) friso amarello, entre as duas côres.”


“O jornal foi o único a divulgar que as cores seriam assim, um detalhe importante aos historiadores que pesquisaram nas páginas dos demais veículos e não encontraram essa informação valiosa”, afirma o integrante do Centro de História e Estatística do Santos, Guilherme Gomez Guarche, que pesquisou inúmeras edições para seus livros. “Descobri também por A Tribuna que o verdadeiro nome de quem indicou a denominação de Santos Foot-ball Club no dia da fundação foi Edmundo Jorge de Araújo, e não Edmundo de Araújo Cunha, como era divulgado por alguns historiadores.”


Autor do Almanaque do Santos FC, lançado em 2013, e um dos que assinam o Almanaque dos Craques, de 2021, Guilherme Nascimento também sabe com exatidão a importância de A Tribuna para esses minuciosos levantamentos. “Somente em A Tribuna é possível identificar fotos de atletas do Santos pouco conhecidos do grande público. Somente em A Tribuna foi possível resgatar partidas, fatos e curiosidades sobre o clube, graças a uma cobertura confiável e constante ao longo desses anos todos.”


O historiador do Santos, Gabriel Davi Pierin, é outro que recorreu ao acervo de A Tribuna para suas obras, que geralmente remontam aos primeiros tempos do Peixe: Santos Foot-Ball Club: O Nascimento de um Gigante; 1912: Santos Foot-Ball Club - Os seus primeiros passes para a Glória, e 1927: O Primeiro Ano Mágico.


“E não são apenas para os livros. Essas informações alimentam o Memorial das Conquistas, ações do Departamento de Marketing e estatísticas do Santos. Não consigo imaginar A Tribuna sem falar do Santos um único dia e, com certeza, não passa pela cabeça de ninguém na Redação deixar em branco a história do Santos. É uma relação simbiótica entre o Santos e A Tribuna.”


A inauguração da Praça de Esportes do Santos Futebol Clube, depois Estádio Urbano Caldeira, em 1916, passa diretamente por esses momentos contados por A Tribuna, assim como todas as conquistas, desde o primeiro título paulista, em 1935, contra o Corinthians, e os 21 estaduais que se seguiram, até o mais recente, em 2016, diante do Audax.


Os tempos de consagração do Peixe dentro e fora do País também foram trazidos pelo jornal, como os oito títulos brasileiros (1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1968, 2002 e 2004), as três Libertadores (1962, 1963 e 2011) e os dois títulos mundiais (1962 e 1963). Os momentos difíceis dos últimos anos, que levaram o Santos para a Série B do Brasileiro, também mereceram acompanhamento total.


As excursões, em especial nas décadas de 1950, 1960 e 1970, que fizeram a fama — e o caixa — do clube que jogou em cinco dos seis continentes do planeta (a exceção é a Antártida), com direito a parar guerra, igualmente tiveram ampla cobertura, com repórter nos locais mais próximos ou longínquos.


“Descobrimos jogos que não estavam catalogados nas súmulas arquivadas do clube pelo antigo Departamento de História do Santos e, principalmente, a confirmação de que o jogo da guerra suspensa na Nigéria foi no país, em 4 de fevereiro de 1969, e não no Congo, como antes se pensava. E foi na matéria especial feita por A Tribuna, que cobriu o Santos na excursão pela África”, revela Guarche.


“Encontrei, nas minhas pesquisas nas edições de A Tribuna, fotos de troféus que o Santos não tinha mais em sua galeria”, acrescentou o analista de gestão da Usiminas, José Roberto Brandi dos Santos, que escreveu, dentre suas obras, Memorial das Conquistas - A Sala de Troféus do Santos Futebol Clube, lançado em duas edições, em 2020 e 2022.


Jabuca e Briosa


Jabaquara e Portuguesa Santista também fizeram parte da elite do Campeonato Paulista por décadas a fio. Estando na primeira divisão ou não, os clubes, ligados às colônias espanhola e portuguesa, respectivamente, sempre mereceram destaque de A Tribuna.


O Jabuca, atualmente na Série A-4 do Paulista, tem seus jogos contados nas páginas do jornal. Por sua vez, a ascensão da Briosa nos últimos anos, com acessos quase consecutivos — depois de períodos de estagnação — e, atualmente, disputando a Série A-2 do Estadual, sempre foi alvo de matérias. O foco não está apenas no desempenho em campo, mas também revelando todo o amor da torcida rubro-verde, em especial nos jogos disputados no aconchegante Estádio Ulrico Mursa.


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