Conselheiros relatam ofensas e pedem demissão após impeachment de Peres não avançar no Santos

Presidente da Comissão de Inquérito e Sindicância, José Geraldo Barbosa, e relator Rubens Passos deixaram colegiado

Por: Bruno Lima  -  17/06/20  -  13:19
STJD concedeu efeito suspensivo para Peres nesta terça-feira (12)
STJD concedeu efeito suspensivo para Peres nesta terça-feira (12)   Foto: Ivan Storti/Santos FC

A reunião virtual do Conselho Deliberativo (CD) do Santos, realizada na noite desta terça-feira (16), por meio de videoconferência, e que terminou com a maioria dos membros não concordando com o parecer da Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS), que previa o impeachment do presidente José Carlos Peres, resultou nos pedidos de demissão do presidente da CIS, José Geraldo Barbosa, e do relator Rubens Passos. 


A decisão de se desligar da CIS foi tomada devido a ofensas verbais que ambos receberam durante a reunião virtual desta terça-feira e que, segundo Passos, já vinham recebendo desde a apresentação do parecer que recomendava o impeachment de Peres e do vice Orlando Rollo.


Diante das demissões de Barbosa e Passos, a CIS agora conta apenas com os membros Décio Couto e  José Rubens Marino.


"Aceitamos o resultado da assembleia, mas não aceitamos as ofensas pessoais. Fizemos um trabalho com consciência, gastando tempo, queimando pestana, consultando advogados para poder fazer algo certo. O problema é que recebemos diversas ofensas pelas redes sociais e inclusive no plenário (virtual). Ao invés de se manifestar entre o sim e o não, os sujeitos primeiro colocaram adjetivos nos membros da comissão que não são compatíveis com o trabalho que estamos fazendo", disse Rubens Passos. 


"Eu, no alto dos meus 68 anos de idade, não estou disposto a aguentar esse tipo de coisa de pessoas que não me conhecem, que não sabem qual é o meu currículo, a experiência de vida que tenho e o quanto nos sacrificamos para estudar tudo desse processo. Então, a razão maior para o meu pedido de demissão são as ofensas que recebi. Não vou fazer um trabalho para o clube que eu amo e ficar sujeito a ofensas de pessoas que não me conhecem. E, pela forma como como se expressaram, nem o processo conheciam", acrescentou Passos. 


Questionado sobre quais ofensas a CIS recebeu e de quem elas partiram, o relator da comissão foi bastante sincero. "É difícil saber de qual ala são esses conselheiros que ofenderam a CIS. Mas foram conselheiros que chamaram a comissão de "merda" e disseram que ela é formada por "um bando de apedeutas". Falaram que o trabalho tinha que ser jogado no lixo. Isso ofende, pois foi um trabalho muito cansativo e detalhado. Democraticamente, cada um tem o direito de votar no que pensa. Mas falar que quem fez é um apedeuta é difícil de aguentar. Principalmente para aqueles que trabalham de graça, sem pretensão política e fazem tudo por amor ao clube. Eu amo o Santos, mas não dá para aceitar coisas do gênero de gente que não sabe como trabalhamos", explicou. 


"O meu objetivo é ver o Santos grande de novo. A atual gestão está colocando o time numa situação complicada. Por conta das dívidas, o clube não pode contratar. Já pensou se recebe uma punição de rebaixamento da Fifa? Nós apontamos os erros. Podemos ter errado? Podemos! Mas vamos ser honestos e civilizados. Continuo ajudando o Santos, mas não como integrante da CIS, para não escutar abobrinha novamente", conclui Passos. 


A assembleia virtual realizada na noite desta terça-feira terminou com 79 votos contra o parecer da CIS, seis a favor e 75 abstenções.


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