Carrasco do Santos em 1995, Túlio revela que quase veio para a Vila Belmiro dois anos depois

Carrasco do Santos na final do Campeonato Brasileiro de 1995, ao marcar um gol (em posição de impedimento) para o Botafogo, o ex-atacante Túlio esteve muito perto de vestir a camisa do Peixe dois anos mais tarde. A revelação foi feita por ele em entrevista para ATribuna.com.br, durante a 4ª edição do Futebol Solidário, realizada neste sábado (8), no Brasil Futebol Clube, no bairro da Aparecida. 

Segundo o ex-jogador, a sua contratação foi um pedido do então técnico do Santos Vanderlei Luxemburgo. O negócio, no entanto, não saiu, porque o patrocinador do Corinthians, clube que defendia na época, teve receio de liberá-lo para um rival. 

"Estive muito perto de vir para o Santos em 1997, quando estava no Corinthians. Eu tinha sido campeão e artilheiro do time naquele Estadual, mas não estava muito contente com a reserva. O Vanderlei Luxemburgo tinha assumido o Santos naquele ano e houve uma conversa. Ele (Luxemburgo) trouxe o Muller e precisava de um centroavante para formar a dupla de ataque. Na ocasião, eu era a bola da vez", conta Túlio.

"O patrocinador do Corinthians na época - Banco Excel - não quis fazer negócio, porque teve receio de como a torcida do Corinthians ia reagir por me deixar sair para um rival. Por pouco não tive o prazer e a honra de defender o time da Vila mais famosa do mundo", acrescenta o folclórico ídolo botafoguense.

Carinho da torcida

A presença em Santos neste final de semana fez o ex-atacante descobrir que teria sido feliz com a camisa do Santos. Pelo menos em relação ao carinho da torcida. Por conta do polêmico gol na final do Brasileirão de 1995, Túlio, que está com 50 anos, se surpreendeu com a receptividade dos santistas que encontrou pelas ruas da Cidade. 

"Confesso que quando recebi o convite, por meio do vice-presidente do Santos, Orlando Rollo, pensei que fosse alguma pegadinha. Achei que tinha alguma coisa errada. Mas eu vim e fui muito bem recebido. De todos os moradores de Santos que encontrei, nenhum falou mal de mim. Pelo contrário. Eles dizem que o problema deles é com o juiz, o Márcio Rezende de Freitas, e eu confirmo. O gol estava impedido, é verdade. Mas a culpa foi do Márcio. E ainda bem que o Botafogo foi campeão naquele ano. Depois de 1995, o Santos foi bicampeão brasileiro - 2002 e 2004 -, conquistou a Libertadores em 2011, e o Botafogo vive daquele título até hoje", justifica.

A perda daquele título doeu na alma dos santistas. Porém, não abalou em nada a relação de Túlio com os jogadores do Peixe da época. De acordo com o ex-camisa 7 do Botafogo, a rivalidade, mesmo com as provocações, ficava apenas dentro de campo. 

"Sou amigo de muitos jogadores do Santos de 1995. Nos encontramos depois de muitos anos, fazemos jogos festivos pelo Brasil inteiro com a seleção brasileira de masters. Na sexta-feira (7) estive com o Camanducaia, hoje (sábado 8) estou aqui com o Narciso, queria muito encontrar com o Edinho, mas ele não pôde vir. Tudo isso sem revanchismo. Fui companheiro do Giovanni na Seleção Brasileira e lembro que, meses após aquela final, viajamos juntos em um jatinho para um amistoso em Manaus e ele me deu um passe para fazer gol. Nunca houve qualquer problema", finaliza Túlio.