Capitão do tri da Libertadores, Edu Dracena recorda jogo mais importante da carreira com o Peñarol

Hoje dirigente do Palmeiras, ex-zagueiro diz que título sul-americano pelo Santos foi o ápice da carreira

Por: Bruno Lima  -  05/06/20  -  23:15
No dia 15 de junho de 2011, Edu Dracena ergueu o terceiro título da Libertadores do Santos
No dia 15 de junho de 2011, Edu Dracena ergueu o terceiro título da Libertadores do Santos   Foto: Ivan Storti/Santos Fc

Responsável por usar a braçadeira de capitão do Santos na conquista do tricampeonato da Libertadores, Edu Dracena ainda tem bem viva na memória a noite do dia 22 de junho 2011, quando o Peixe venceu o Peñarol por 2 a 1, no estádio do Pacaembu, e após 48 anos fez a América ser novamente santista. 

Hoje assessor técnico do Palmeiras – seu último clube antes de pendurar as chuteiras –, ele não esconde que erguer o troféu mais importante da América do Sul, sob os olhares de Pelé, foi o feito mais marcante da sua carreira de jogador. 


“Foi inesquecível para mim levantar o troféu da Libertadores como capitão de um time como o Santos. Vivi outras conquistas, em outros clubes, como três campeonatos brasileiros (Cruzeiro, Corinthians e Palmeiras), mas ali foi um marco da minha carreira”, diz o ex-zagueiro, que se aposentou no final de 2019.


Edu Dracena lembra que, apesar das dificuldades na fase de grupo, principalmente na penúltima rodada, quando o Santos viajou para o Paraguaia para encarar o Cerro Porteño, no dia do aniversário de 99 anos do clube, precisando vencer para se manter vivo na competição, em momento algum teve receio de uma eliminação precoce. Para piorar, naquele duelo o técnico Muricy Ramalho não contou com Zé Love, Elano e Neymar, suspensos. 


“Não houve medo (da eliminação precoce). Antes de irmos para o Paraguai, na saída do CT, fui eu que concedi entrevista coletiva e lembro de falar que estávamos saindo do Brasil com um grupo de guerreiros para buscar a classificação. Não tivemos medo. Estávamos embalando. Tínhamos os desfalques, mas o nosso grupo era muito forte. E foi o que aconteceu. Ganhamos de 2 a 1. O (Paulo Henrique) Ganso teve uma atuação brilhante, o Maikon Leite entrou bem no lugar do Neymar e fez um gol. Aliás, aquela conquista não foi do time. Foi do grupo inteiro”, conta o capitão.


Muricy Ramalho perseguia a conquista da Libertadores desde os tempos de jogador
Muricy Ramalho perseguia a conquista da Libertadores desde os tempos de jogador   Foto: Divulgação/Santos FC

Além da força e da união do elenco, a chegada de um treinador como Muricy foi determinante para o tricampeonato do Santos na Libertadores. E isso é reconhecido até por quem estava no clube há dois anos, como Dracena, e sabia da qualidade do elenco.


“O Muricy teve a importância dele. Não tem como tirar esse mérito dele. Os jogadores sempre têm o objetivo de ser campeões de uma competição como a Libertadores, mas a chegada dele embalou. Entramos num momento crucial da Libertadores justamente quando o Muricy foi contratado. O primeiro jogo dele, no banco de reservas, comandando o time, foi no Paraguai, contra o Cerro, e não podíamos perder. E deu tudo certo. Além de competente, ele tem muita estrela”.

Peñarol

Superadas as emoções da fase de grupos e dos mata-matas que antecediam a final, o Santos se encontrava diante do Peñarol – mesmo adversário da decisão do primeiro título, em 1962 – precisando de uma vitória simples, após o empate sem gols no primeiro embate, em Montevidéu, para chegar ao tricampeonato.


A pressão, naturalmente, era grande. Porém, Dracena garante que não estava nervoso.

“Eu estava tranquilo e ansioso ao mesmo tempo, acredito que como a maioria dos jogadores. Queria curtir e jogar aquele jogo, porque não atuei na primeira partida, no Uruguai, por estar suspenso. Era o jogo da minha vida. A partida mais importante da minha carreira e não sabia quando ia jogar viver aquilo novamente”, recorda ele, que, apesar da calma, não lembra bem o que falou como capitão antes da equipe subir para o gramado.


Dracena e Arouca dobram a marcação em cima do jogador do Peñarol para assegura o título
Dracena e Arouca dobram a marcação em cima do jogador do Peñarol para assegura o título   Foto: Ivan Storti

“Não lembro muito bem o que falei, não (risos). A adrenalina era muito grande. Mas acho que foram pedidos para que os jogadores não deixassem de acreditar. Não deixar acontecer, mas sim fazer acontecer".

O pedido do capitão foi atendido. Neymar abriu o placar no início do segundo tempo e Danilo, aos 23 minutos, ampliou. O Peñarol diminuiu, aos 34, com gol contra de Durval. Mas, para Dracena, o gol uruguaio foi detalhe.

“Sinceramente, estávamos muito confiantes e sabíamos que numa final tudo pode acontecer. Mas quando fizemos o segundo gol vi que seria muito difícil perder aquele título”.

Para os filhos

A final de 2011, que será retransmitida pela TV Tribuna, às 16 horas deste domingo (7), será acompanhada atentamente pelo capitão do tri. O zagueiro quer mostrar a conquista para os filhos, que não acompanharam aquela alegria com o pai.

“Vou assistir e mostrar para os meus filhos. O Lorenzo, mais velho, tinha seis meses na época. Hoje está com 9 anos. O Luigi, o caçula, nem tinha nascido e vai fazer 6 anos neste sábado. Vai ser um presente de aniversário pra ele”, brinca o ex-jogador.


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