Morre, aos 99 anos, ex-presidente da Portuguesa Santista Joaquim da Rocha Brites
Ele esteve à frente do clube em três oportunidades: 1965, 1979 e 1988
Atualizado em 15/11/21 - 18:15
A Portuguesa Santista e a cidade de Santos perderam uma de suas figuras mais ilustres. Morreu, nesta segunda-feira (15), aos 99 anos, o comendador Joaquim da Rocha Brites. Nascido em 12 de janeiro de 1922 no Distrito de Aveiro em Portugal, ele chegou em Santos em 1936, onde estudou e se formou contador. A vida de Brites é marcada pela dedicação as entidades luso-brasileiras, como a Portuguesa Santista (foi presidente), Vasco da Gama, Sociedade Portuguesa de Beneficência e Escola Portuguesa, entre outras.
Como empresário atuou para a instalação de grandes empresas em Cubatão. Também foi importante para a implementação do oleoduto da Petrobrás, que liga a Refinaria Presidente Bernardes ao Porto de São Sebastião, entre tantos outros projetos de desenvolvimento econômico da região. A Portuguesa Santista decretou luto oficial de 3 dias. Ele foi presidente da Briosa em três oportunidades. De 1965 a 1967; 1979 a 1982 e de 1988 a 1990.
Amigos que conviveram com Joaquim da Rocha Brites lembraram da sua importância para a Baixada Santista.
Walter Dias, o jornalista que acompanha a história da Briosa há mais tempo, falou com muito respeito sobre o dirigente que fez história no Estádio Ulrico Mursa.
“Todos os rubro-verdes estão de luto. Perdemos o grande baluarte Joaquim da Rocha Brites, aos 99 anos de idade. Foi presidente da Portuguesa Santista em 3 mandatos, mas colaborou com várias outras diretorias dentro da Briosa. Ele era o dirigente quando a Portuguesa derrotou a Ponte Preta, em Campinas, e voltou para a elite do futebol paulista. Era carismático. Fez muito pela Portuguesa e merece todos os agradecimentos.
Os amigos já estavam preparando muitas homenagens ao aniversário dele de 100 anos, que seria comemorado no mês de janeiro. Ele merece todo o nosso respeito e consideração por tudo que fez pelo clube”.
Entrevista
Numa entrevista para a TV Tribuna, em novembro de 2017, aos 95 anos, mostrou muita lucidez, ao recordar todos os cargos que ocupou na Portuguesa Santista. E surpreendeu muitos torcedores ao revelar que viu o craque argentino Berestein, que brilhou no Campeonato Paulista de 1941. Muita gente fala desse jogador que virou uma lenda, mas o “seo” Brites viu o ídolo treinar e jogar pela Briosa.
“Era um espetáculo até nos treinos. Sempre que podia eu ia vê-lo treinar e jogar. Eu vi os famosos gols de letra e até de bicicleta. Foi um jogador inesquecível”.
José Augusto do Rosário, Presidente da Escola Portuguesa falou com muito carinho do amigo e lembrou da importância dele como em empresário e parceiro de várias entidades de origem lusitana:
“Joaquim da Rocha Brites merece todas as homenagens. Ele era benemérito em quase todas as entidades luso-brasileiras. Apoiou e ajudou toda a nossa comunidade. Era um amigo de todas as horas. Era uma pessoa inteligente, um empresário de visão e sempre muito arrojado. A imagem que fica dele é de uma pessoa boa, de uma capacidade muito grande de administrar seu patrimônio. Uma pessoa que sempre ajudou a comunidade portuguesa e um amigo que nunca faltou”.
Ex-jogador da Briosa, Samarone também lamentou a morte. "Lamento profundamente a perda de nosso inesquecível presidente na campanha do acesso a elite do futebol paulista0 em 1965. Que Deus lhe dê o descanso eterno e meus sinceros sentimentos e conforto a toda sua família", declarou.
Já o jornalista Sérgio Luis Correa destacou a importância de Brites em momentos de crise vividos pela Portuguesa Santista. "A vida do Joaquim da Rocha Brites é parte integrante da história da Portuguesa. Um grande colaborador. Empresário que por diversas vezes socorreu a Briosa nos momentos de crise, que foram muitos. Era um rubro-verde apaixonado".
