Um dos ditados mais antigos do mundo do futebol cai como uma luva no Palmeiras bicampeão da Libertadores. Afinal, já que todo grande time começa por um grande goleiro, Weverton segura a bronca com incrível regularidade embaixo das três traves. Ele terminou a competição com apenas seis gols sofridos nas 13 partidas disputadas pelo Verdão no torneio, sendo um dos pilares do já histórico título.
A ligação de Weverton com o Palmeiras vem de longe. O arqueiro sempre teve como ídolo Marcos, paredão na campanha do 1º título da Libertadores, em 1999. Tanto que, no Athletico-PR, usava a camisa 12 em referência ao pentacampeão mundial. Ao se transferir para o Verdão, em 2018, passou a usar o 21 (12 invertido, pois o número é aposentado a outros goleiros por conta dos feitos de Marcos).
Em três temporadas no Alviverde, o goleiro foi campeão brasileiro em 2018 e paulista em 2020. Mais que isso: virou porto seguro do sistema defensivo. A ponto de sua consagração na Libertadores ter vindo antes mesmo da decisão de ontem, contra o Santos. Nenhum palmeirense esquece as dez defesas praticadas no 2º jogo da semifinal contra o River Plate, no Allianz Parque, evitando a eliminação.
Após esse jogo, por sinal, Weverton participou de uma live nas redes sociais de Marcos, quando teve a chance de conversar com o ídolo e recebeu uma proposta até então inimaginável: desaposentar a camisa 12 e utilizá-la na final da Libertadores. Educadamente, o atual titular do Verdão declinou, mas fez uma declaração de amor ao ídolo de milhões de palmeirenses Brasil afora.
“Ver o Marcos oferecer a camisa histórica, que representou muito para ele, chega a ser emocionante. Nunca imaginei da parte dele isso, mas eu o amo. E por tudo o que ele fez, não foi só uma Libertadores com a 12, foi uma vida dedicada ao clube, com grandes defesas e atuações, sendo líder dentro e fora de campo. Meu desejo é, quem sabe, poder também aposentar a 21, juntos”.
História
Weverton já tinha seu nome na história do futebol brasileiro por outro motivo. Em 2016, ele fez parte da Seleção que ganhou pela 1ª vez a medalha de ouro olímpica. Foi em um Maracanã com 64 mil pessoas, contra a Alemanha, que terminou do jeito que um goleiro gosta: nos pênaltis. O palmeirense defendeu a cobrança de Petersen e Neymar marcou o gol que levou o Brasil ao lugar mais alto do pódio.