Velejadores Olímpicos se destacam no primeiro dia do Campeonato Brasileiro em Ilhabela

Mesmo com vento não muito favorável, Campeonato Brasileiro IRC e BRA-RGS segue animado no litoral

Por: Por ATribuna.com.br  -  21/11/20  -  02:21
Competição tem cerca de 400 participantes
Competição tem cerca de 400 participantes   Foto: foto:Aline Bassi/Balaio de Ideias

Com pouco vento, na média de 8 nós e rajadas de 12, o primeiro dia do Campeonato Brasileiro de Vela de Oceano, em Ilhabela, teve barcos com velejadores Olímpicos se destacando nas classes IRC e C-30. A competição, que conta com cerca 400 velejadores, tem ainda a disputa da BRA-RGS.


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Na classe C-30, o barco gaúcho Loyalty 06, comandado pelo gaúcho Alexandre  Leal foi o vencedor com o Kaikias Via Italia, de Ilhabela (SP), em segundo lugar, e o Caballo Loco, também de Ilhabela (SP),  em terceiro.   


"Dia de regata de percurso, vento não estava muito favorável então seria difícil para fazer barla-sota, então decisão acertada da Comissão de Regata. Muito pouco vento no início, tivemos um pouco de sorte pegamos uma rajadinha, tivemos uma opção de trocar a posição velejando mais para o canal de São Sebastião, acabamos abrindo um pouco a vantagem e vencendo. Sorte nos ajudou hoje, temos muito campeonato pela frente", disse André Fonseca, tripulante do Loyalty 06.


Aos 42 anos, o catarinense de Florianópolis, Fonseca, o Bochecha, tem história na vela nacional. Ele disputou três vezes as Olimpíadas nas classes 49er e 470 e ainda tem três participações na antiga Volvo Ocean Race, hoje chamada The Ocean Race, a regata de Volta ao Mundo. Ele sonha ir para o desafio de sua quarta participação.


"Sempre gostei muito de correr em Veleiro de Oceano. Fui no Brasil 1 em 2005-2006, depois no Delta Lloyd (2008-2009) e no Mapfre (2015) e com certeza com essas três edições participei com velejadores de muita experiência e tive muito aprendizado. Tripulo diversos barcos de oceano, é um prazer enorme", disse.


Bochecha destaca as lições que uma regata Volta ao Mundo lhe trouxeram como velejador:  "Bastante difícil estar ali à bordo, pessoas que não se conhecem tanto e têm que fazer funcionar junto de estrangeiros. Vida à bordo é bastante difícil, você aprender a trabalhar com as pessoas é extremamente importante, são muitos dias à bordo. Você aproveita para ter grande conhecimento técnico muito grande, estamos falando de vários dos melhores velejadores do mundo. Você aprende, testa e comprova muita coisa, ajuda na qualidade".


O velejador ainda comenta sobre sua preferência de estar na The Ocean Race ao invés de fazer uma nova campanha Olímpica, esta demandaria cerca de cinco anos: "Bastante difícil montar uma campanha Olímpica, se organizar, você precisa ter tempo para se dedicar, mais do que cinco anos, agora teremos em 2024 uma classe de Oceano, ainda não tenho um plano para ela. Quem sabe entrar em uma nova regata Volta ao Mundo seria mais realista e um sonho que ainda gostaria fazer mais uma edição que atrapalharia para uma nova Olimpíada".


"Treinamento é fundamental numa Volta ao Mundo, se tivesse cinco anos como numa campanha Olímpica seria o ideal, faria a diferença. Todo ano que se acrescenta em uma Volta ao Mundo é muito dinheiro, então termina sendo uns dois anos sendo um ano de preparação e outro ano de regata. Já a campanha Olímpica você vai arrumando patrocínio, gastando tudo que você tiver, você tem uma preparação mais longa. O esporte está cada vez mais demandando fisicamente, para as últimas Olimpíadas temos visto mais competidores mais jovens mesmo que a Vela não costume demandar tanto fisicamente,você vê velejadores mais experientes confrontando com mais jovens esse é o legal da Vela". A próxima Regata Volta ao Mundo começa em outubro de 2022, em Alicante, na Espanha.


Mais velejadores Olímpicos na disputa


O primeiro dia teve outro barco gaúcho vencedor. Na IRC, o Crioula 29 com Samuel Albrecht, que irá para sua terceira Olimpíada, em 2021, em Tóquio , na Nacra 17, venceu a regata de percurso com tempo corrigido de 2h29min45s deixando o atual campeão brasileiro, o Danadão em segundo lugar. O carioca Danadão é comandado por Maurício Santa Cruz, pentacampeão Mundial, duas vezes Ouro em Pan-Americanos e com duas participações Olímpicas. O dia terminou com o barco santista Asbar IV em terceiro e o capixaba +Bravíssimo em quarto. Este barco, de Vitória (ES) conta com Jorge Zarif, velejador que disputará o Tóquio-2021 na classe Finn. 


"Boa estreia para nossa equipe regata difícil, mas as condições favoráveis para os barcos da frente, largamos com um vento quadrante leste aqui no canal, bastante atípico e logo depois passou para Sul/Sudoeste e os barcos da frente tiveram uma vantagem e consequente obtivemos a vitória, foi uma boa estreia. Previsão do tempo vai melhorando, querendo continuar velejando bem para lutar pelo título", destacou. 


Na BRA-RGS, o Kamua foi o vencedor com 2h04min37s de tempo corrigido deixando em segundo o Comanda e o Zeus em terceiro. 


Resultados - Sexta-Feira  1º Dia 


IRC


1 - Crioula 29 - 2h29min45s
2 - Danadão - 2h36min50s
3 - Asbar IV -  2h41min53s
4 - +Bravíssimo - 2h43min30s
5 - King - 2h43min35s
6 - Rudá/Bliue Seal - 2h44min09s
7 - Lucky Alforria - 2h48min11s
8 - Esculacho - 2h52min29
9 - Zorro - 2hh53min15s
10 - Xamã - 2h54min25s
11 - Montecristo - 2h59min15s
12 - Boto V - 3h01min21s
13 - Jazz - 3h05min17s
14 - My Boy - 3h09min42s
15 - Bravo-GOFit - 3h28min05s
16 - Aventador - 3h56min30s


BRA-RGS


1 - Ka Mua - 2h04min37s
2 - Comanda - 2h08min10s
3 - Zeus - 2h09min27s
4 - Triton - 2h17min24s
5 - Brazuca - 2h57min49s
6 - BL3Urca - Não competiu 


C-30


1 - Loyalty 06  
2 - Kaikias Via Italia Racing
3 - Caballo Louco 
4 - Zeus 
5 - Le Terrible
6 - Corta Vento
7 - Katana/Portobello 


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