Influenciador santista Joel Jota explica desistência de ser padrinho da delegação olímpica

O influenciador, palestrante e ex-nadador santista Joel Jota anunciou, por meio de suas redes sociais nesta sexta-feira (19), que recusou o convite para ser padrinho da delegação olímpica brasileira que vai aos Jogos Olímpicos de Paris em julho. A recusa, segundo o influenciador, aconteceu após ser chamado de "charlatão" e sofrer críticas de atletas, ex-atletas e jornalistas que questionaram os “exageros” em seu currículo, o qual ele apresenta em seu site oficial.

“Apesar de ter ficado muito feliz pelo convite, cheguei à conclusão que será melhor para mim e minha família que eu não participe mais como padrinho da delegação brasileira em Paris”, escreveu o influenciador.

As críticas ao influenciador aconteceram após o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anunciá-lo como parte do seu programa de padrinhos e madrinhas. A iniciativa, segundo o comitê, é reunir personalidades que têm o objetivo de engajar a torcida na caminhada dos atletas brasileiros até os Jogos Olímpicos.

Após o anúncio feito pelo COB, atletas e ex-atletas olímpicos da natação brasileira, como Bruno Fratus e Joanna Maranhão, se manifestaram publicamente. No X, antigo Twitter, eles criticaram os exageros nas conquistas que o influenciador exibia em seu site oficial. Lá, ele é descrito como “diversas vezes campeão brasileiro e considerado um dos nadadores mais rápidos do mundo” em uma seção da página, a qual foi alterada após as críticas.

“Nem eu quando fui finalista olímpica tinha essa audácia”, ironizou Maranhão. “Nem o medalhista olímpico Bruno Fratus já teve essa audácia”, completou Bruno Fratus, em resposta.

O site também aponta Joel Jota como ex-atleta da Seleção Brasileira de Natação, sendo “diversas vezes campeão brasileiro como nadador e treinador”. A informação também foi contestada por Joanna Maranhão. “Entrei na seleção brasileira absoluta em 2002 e parei de nadar em 2017. Joel nunca esteve na equipe principal”, escreveu.

Na rede social, Maranhão esclareceu que não havia problema em Jota não ter chegado à seleção ou não ter sido um atleta de ponta. “A questão aqui é que esse cidadão vende o que não foi”, escreveu a ex-nadadora olímpica. Fratus, por sua vez, afirmou que “tudo tem limite, inclusive marketing”, escreveu o medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Influenciador se defende

Através de comunicado oficial, Joel Jota disse que foi atleta da natação por 15 anos e, nesse período, conquistou medalhas em diversas competições, mas nunca conseguiu um índice olímpico para conseguir participar dos Jogos, o que seria um “antigo sonho” do influenciador.

Contudo, ele esclareceu que o convite foi motivado pelo seu sucesso na carreira que iniciou após a aposentadoria do esporte. “Em minha nova jornada, para resumir, eu me tornei muito bem sucedido como escritor best-seller, influenciador com mais de 11 milhões de seguidores, palestrante corporativo, empresário e investidor”, afirmou.

“Por este sucesso, influência e expressão pública, o Comitê Olímpico Brasileiro me convidou no início de abril para ser padrinho da delegação brasileira em Paris”, completou Joel Jota.

Ele disse, também, que a função do padrinho não tem a ver com participação olímpica ou conquista de medalhas. Dentre os padrinhos anunciados pelo COB estão o ator Murilo Rosa e sua esposa, a modelo Fernanda Tavares, a atriz Larissa Manoela, o cantor Wesley Safadão e o surfista Pedro Scooby. Completam o time de padrinhos o influenciador Hugo Gloss, a apresentadora Sabrina Sato e o canal Cazé TV.

A reportagem de A Tribuna procurou o COB, mas, até o momento, não teve retorno do comitê.