Jogadores do Inter, de Santos, representam o Brasil no hóquei

O som inconfundível dos patins deslizando pelo ginásio do Clube Internacional de Regatas, em Santos, é a trilha sonora de uma linda história do esporte brasileiro. Os melhores jogadores de hóquei sobre patins do Brasil atuaram neste espaço no maior clássico que este esporte já viu: Internacional e Clube de Regatas Santista, especialmente na década de 1970. Uma rivalidade dividida por uma rua, que trouxe títulos nacionais para a cidade de Santos e serviu de base para a seleção brasileira. Eram tempos de ouro do nosso esporte. Se o Regatas saiu de cena, o Inter não deixa a paixão morrer. Dois talentos do clube estão na seleção brasileira, que começou a disputar o Campeonato Pan-Americano na Colômbia: Gustavo Picca e Vicente Arikawa Nunes.

Os dois aprenderam a gostar do hóquei desde cedo. Gustavo tinha 3 anos e já ficava vendo tudo nas arquibancadas. “Comecei no hóquei com 5 anos de idade. Nasci no Internacional. Meus pais eram sócios e eu ficava na arquibancada vidrado, assistindo hipnotizado já com 3 anos. Meu pai foi conversar com o técnico da época, que disse: ‘Quando ele fizer 5 anos, ele pode começar, porque é muito franzino ainda’. Desde então não parei mais”.

Vicente viveu essa história em casa. “O hóquei para mim é tudo. Tenho um laço familiar incrível. Meu avô, meu tio, meu pai, meus primos... todo mundo joga ou jogou. É muito mais do que um esporte”.

Os dois destaques do Inter estão muito motivados para representar o Brasil. Gustavo foi chamado pela terceira vez. “É sempre uma satisfação enorme ser convocado, porque é uma forma de ter o trabalho reconhecido. É o ápice que um atleta pode sonhar e jogar. O Pan-Americano é uma das maiores competições do mundo no hóquei, no continente americano é a principal competição, da qual participam potências como Argentina, Chile, Colômbia. É importante também porque é classificatório para o Mundial”.

Vicente está estreando na seleção. “É minha primeira convocação. Estou muito ansioso, nervoso, feliz, uma mistura de emoções. Comecei em 2017. Para mim foi uma surpresa, mas ao mesmo tempo é fruto de muito trabalho”.

Para Gustavo, a Argentina é a favorita. “É uma potência do hóquei. Os Estados Unidos têm uma equipe forte, privilegiada fisicamente, mas eu colocaria também o Chile e a Colômbia por jogar em casa. A gente vai pelas beiradinhas para tentar surpreender. Na última vez ficamos em terceiro, então a gente busca, pelo menos, a mesma colocação”.