Santista conquista 1º Brasileiro de parajiu-jitsu organizado no Brasil

Vinicius Carpov, de 27 anos, mantém a invencibilidade após quase quatro anos e meio de competições

Por: Matheus Müller & Da Redação &  -  23/07/19  -  13:22
Atualizado em 23/07/19 - 13:30

O paratleta santista de parajiu-jitsu Vinicius Carpov, de 27 anos, mantém a invencibilidade após quase quatro anos e meio (completa em agosto) de competições. No começo deste mês, ele venceu o 1º Brasileiro de Jiu-Jitsu Paradesportivo. O evento é o primeiro realizado sem o apoio da UAEJJF, a federação de Jiu-jitsu dos Emirados Árabes Unidos. 


Carpov competiu pela na categoria K leve – voltada a lutadores com deficiências nos membros inferiores. O campeonato foi disputado em Florianópolis e realizado pela Jiu-jitsu Paradesportivo Nacional, com apoio da Federação Brasileira de Jiu-jitsu Paradesportivo (FBJJP). 


“Fiz uma primeira luta duríssima com um campeão mundial. O cara era muito bom. A final foi com um adversário de Ribeirão Preto”. Esse foi o primeiro torneio com premiação em dinheiro no País. 


A deficiência de Carpov é congênita
A deficiência de Carpov é congênita   Foto: Thiago Souto

O paratleta conta que é lutador profissional de parajiu-jitsu e, portanto, depende do apoio de patrocinadores e parceiros para continuar os treinos diários e participar de campeonatos. O sonho de Carpov é disputar um Mundial da categoria, que geralmente ocorre em abril, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. 


“No parajiu-jitsu isso não importa muito (índice). É apenas se inscrever e ter os meios (verba) para ir até Abu Dhabi”. O próximo objetivo do paratleta é o Grand Slam no Rio de Janeiro, entre os dias 1 e 3 de novembro. “Esse é meu foco. Estou fazendo uma vaquinha (na internet) para conseguir (recursos)”. 


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A deficiência de Carpov é congênita. Ele nasceu com meningomielocele e hidrocefalia, o que comprometeu a medula e a coluna vertebral. “Meus treinos envolvendo preparação física e musculação são focados nos membros superiores, pois a categoria pede isso”, explica. 


O paratleta afirma que não gosta de ser citado como exemplo de superação, mas sim de motivação. “Quando falam que é impossível, eu vou ver se é mesmo. Sempre me disseram que era impossível uma pessoa com deficiência nos membros inferiores praticar jiu-jitsu”. Ele ressalta, no entanto, que hoje existe até uma federação para a categoria. 


“O esporte pode tirar a pessoa da depressão. Queremos mostrar que se eu posso, os outros podem”, finaliza. 


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