Disputa acirrada em Praia Grande foi sinalizada pelo IPAT

Cientistas políticos analisam corrida eleitoral que culminou na vitória de Raquel Chini (PSDB)

Por: Por ATribuna.com.br  -  30/11/20  -  10:08
Rachel Chini e Danilo Morgado tiveram 4.887 votos de diferença
Rachel Chini e Danilo Morgado tiveram 4.887 votos de diferença

A disputa eleitoral em Praia Grande, que culminou com a vitória da candidata Raquel Chini (PSDB), prometia bastante equilíbrio. Na única amostra realizada pelo Instituto de Pesquisas A Tribuna (IPAT), durante a semana da eleição, o indicativo era de empate técnico: Danilo Morgado (PSL) com 51,4% e Raquel Chini (PSDB) com 48,6%, entre os votos válidos. A margem de erro era de 3,5 pontos percentuais (portanto, os dois concorrentes em igualdade estatística).


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“Se confirmou. A vantagem da Raquel acabou sendo pequena. No final teve um esquema forte da Raquel, do Alberto Mourão, especialmente, que surtiu efeito. Talvez tenha sido o fator decisivo para alavancar esses pontinhos adicionais”, comenta o coordenador do IPAT, Alcindo Gonçalves.


O cientista político ressalta que a pesquisa “não tem intenção de acerto matemático, é um indicador de tendência”. “A eleição de Praia Grande se mostrou equilibrada já no primeiro turno. A Raquel ganhou com pequena margem. O Danilo teve uma grande arrancada, continuou subindo no segundo turno. De qualquer maneira, é indiscutível a vitória dela”.


Gonçalves também destaca que parte do eleitorado que aprovou a gestão do prefeito Alberto Mourão, migrou para Morgado. “Pensando no início da campanha, é um resultado que surpreende. Se imaginava que dentro da aprovação do prefeito Mourão, quase 80%, que ele transferisse esses votos para Raquel. E acabou acontecendo em partes. Ficou visível com o resultado que parte dos eleitores que aprovam o Alberto Mourão, votaram no Danilo Morgado”.


De acordo com o cientista político Rafael Moreira Dardaque Mucinhato, Danilo adotou uma estratégia que funcionou na corrida eleitoral para a presidência da República. "O Danilo tentou surfar numa onda que foi muito forte em 2018, o bolsonarismo, sustentando por um discurso da segurança pública, procurando algum tipo de estratégia eleitoral baseada na retórica religiosa”.


Centrão mais forte


Mucinhato, no entanto, enxerga que o Centrão saiu fortalecido nas eleições municipais. “Foi uma derrota do bolsonarismo. Quem conseguiu se contrapor a ele no segundo turno, venceu. Foi isso que aconteceu no Rio de Janeiro, por exemplo. Existe um momento de refluxo desse processo que vem desde 2018”.


Todavia, o cientista acredita que Danilo sai forte da eleição. “A questão é qual escolha ele vai ter na carreira política daqui pra frente. Ele vai querer continuar nessa trajetória política disputando eleições sucessivas ou o refluxo da onda bolsonarista vai se virar contra ele?”.


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