Voto em meio à pandemia exige cuidados de higiene, segundo o TRE

Medidas de segurança para a data do pleito já foram divulgadas e dependem da população para sucesso efetivo

Por: Isabel Franson  -  06/10/20  -  17:35
Vanda Cintra, 63 anos, conta com a consciência dos eleitores para comparecer às urnas
Vanda Cintra, 63 anos, conta com a consciência dos eleitores para comparecer às urnas   Foto: Isabel Franson/AT

Os domingos 15 e 29 de novembro serão de precauções ainda maiores do que as adotadas nos últimos meses contra a pandemia de Covid-19 no Brasil. Nos dias de eleições municipais, até os quarenteners mais fervorosos deverão sair de casa para exercer o dever constitucional. Com as tradicionais filas nos locais de votação, orientações foram divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e reforçadas pelos órgãos estaduais, como o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo.


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As exigências para o eleitor, é claro, incluem o uso obrigatório de máscara e álcool em gel, mas há também a sugestão do face shield – aquela viseira de acetato que protege todo o rosto –, para evitar ao máximo qualquer contaminação. “Estamos percebendo as pessoas preocupadas e conscientes. Isso já é um bom parâmetro para o dia oficial. Já ouvimos comentários do uso de luvas para acesso às urnas. Nenhum cuidado é demais”, afirma a Coordenadora de Comunicação do TRE-SP, Marina Campos.


A campanha federal, que resultou até em recorde de mesários voluntários este ano, inclui também horário reservado para eleitores do grupo de risco (maiores de 60 anos). Portanto, das 7 às 10 horas, a recomendação é de que os mais jovens respeitem o público preferencial e evitem aglomeração. “Aquele idoso mais necessitado que precise ser acompanhado de um cuidador ou filho não será impedido de entrar pela presença do jovem. Este, inclusive, pode até aproveitar a oportunidade para votar caso tenha sua seção no mesmo local. Mas pedimos que exerçam o bom senso para avaliar se há mesmo necessidade destas exceções”.


>> VEJA INFOGRÁFICO COM ORIENTAÇÕES DO TSE


Outro cuidado imprescindível é o descarte correto de máscaras nos locais de votação. “Pedimos encarecidamente que não joguem nas ruas, no chão das escolas, menos ainda na natureza. Caso opte por trocar de máscara depois de votar, lembre-se de higienizar bem as mãos e embrulhar a primeira em papel toalha ou guardar em caso plástico, para descartar de forma correta e segura, respeitando até os coletores e trabalhadores da limpeza urbana”.


Marina lembra, ainda, a importância de levar a própria caneta, desencorajando o empréstimo e troca do objeto entre muitas mãos. “Algo simples, né? Que todos têm em casa. Pedimos aos eleitores que, na semana do pleito, já deixem separadas uma ou duas, junto com o título, máscara e álcool gel, para não ter problemas”.


Voto garantido à terceira idade


O infectologista Ricardo Hayden não encara a pandemia como impedimento para o voto dos maiores de 60. Contando com o cumprimento das recomendações sanitárias, incentiva os cidadãos que sentirem-se bem a comparecer aos locais de voto. “Confira previamente se não está com febre ou qualquer mal estar. Faça uso de uma máscara reforçada, evite tocar nas pessoas. Evite o exagero do primeiro horário. Muitas pessoas costumam sair na correria para garantir a participação logo cedo e acabam deparando-se com aglomerações. Isso já era cansativo antes, agora é um risco mesmo”.


A respeito do comportamento geral nos dias de pleito, o especialista lembra a importância de fiscalização policial nos entornos das escolas. “Em 2018, tivemos grande presença da Polícia Federal e outras forças para garantir a segurança do eleitor. Este ano, falamos também de monitorar cabos eleitorais, concentrações em portões e até a comercialização de comidas e bebidas nas imediações”.


Cada um faz sua parte


A jornalista Vanda Cintra, 63 anos, conta com a consciência dos demais eleitores para o domingo de primeiro turno. “Respeitar o distanciamento nas filas é o mínimo para que votemos com segurança”, diz a moradora do Gonzaga, em Santos.


Acostumada ao movimento da Escola Estadual Marquês de São Vicente, ela afirma que já definiu os próprios protocolos para o dia e caso não se sinta segura, vai abrir mão do voto para proteger a si mesma e o marido, de 81 anos. “Todo ano ele faz questão de ir, mesmo sem necessidade. Desta vez, já conversamos e ele não vai. Se eu achar que estão desrespeitando, volto embora também. Pago a multa, mas não me exponho”


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