Saiba qual é a importância e o papel de um vereador

Cientista político comenta porque os vereadores são tão esquecidos pelos eleitores

Por: Rafael Henrique  -  27/10/20  -  16:54
PSDB fez 10 das 21 cadeiras em disputa na Câmara de Praia Grande
PSDB fez 10 das 21 cadeiras em disputa na Câmara de Praia Grande   Foto: Arquivo/AT

Responsáveis pela fiscalização dos atos do Executivo (contas e contratos, bem como exigir melhorias à comunidade) e elaboração de conjunto de leis e regras para o ordenamento das cidades, os vereadores cumprem papel de representatividade popular no desenho político municipal. O cargo é um dos dois em disputa no primeiro turno das eleições, marcado para dia 15 de novembro. 


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Contudo, os parlamentares municipais recebem, muitas vezes, atenção do eleitorado aquém do real papel que desempenham. Exemplo disso é o fato de mais de a metade dos santistas ainda não terem definido em quem votar para o cargo, conforme apurou pesquisa o IPAT.


Conforme os critérios eleitorais, a composição da Câmara é feita com base ao número de habitantes do município. Cidades com até 15 mil habitantes podem estabelecer o teto de nove parlamentares por legislatura. Já localidades como a capital São Paulo, no qual há mais de 12 milhões de moradores, são até 55 cadeiras eletivas.


Em Santos, a Câmara Municipal comporta 21 vereadores. Igual número terá a nova composição do Legislativo de Praia Grande. As duas são as maiores legislaturas regionais. Guarujá (17), São Vicente (15), Cubatão 15, Itanhaém (10), Peruíbe (15), Mongaguá (13) e Bertioga (9) encerram a lista.


Segundo a separação dos poderes, os vereadores são responsáveis por legislar, realizar a fiscalização financeira da execução orçamentária do Executivo. Além de julgar as contas apresentadas pelos prefeitos, os vereadores também podem discutir, propor e votar sobre os impostos da cidade. Além da criação e manutenção de bairro, distritos ou ruas, manutenção ou expansão de áreas como educação, saúde, infraestrutura e segurança, além de iniciar um processo de impeachment.


Para concorrer ao cargo, o candidato precisa ter 18 anos de idade na data-limite do registro de candidatura, ser brasileiro (natural ou naturalizado), ser alfabetizado (saber ler e escrever), ter domicílio eleitoral no município em que pretende concorrer no mínimo um ano antes da eleição, estar quite com a Justiça Eleitoral e estar filiado a um partido político por, no mínimo, um ano antes da eleição.


Importância de um vereador


Para o cientista político e economista Fernando Chagas, o papel fundamental das câmaras municipais é de fiscalizar o Executivo, controlando os atos administrativos e as contas públicas. Além de propor projetos de leis, sobre requerimento e indicações da população.


“Em Santos, o vereador tem cerca de R$ 900 mil anualmente para gastar com a cidade. Metade desse valor (R$ 450 mil) é destinado para a saúde o restante pode ser utilizado de acordo com a demanda da cidade e requisições da população”, explica Fernando.


Os vereadores santistas têm salário médio de R$ 8 mil cada, sendo indicado a cada uma até três assessores, com o mesmo salário. Anualmente, um vereador custa aos cofres públicos R$ 384 mil e, ao fim da gestão, cerca de R$ 1,5 milhões.


“Quanto melhor a qualidade dos eleitos para a Câmara Municipal, melhor a qualidade da gestão do prefeito. Uma câmara bem formada, pressiona mais o Executivo e representa melhor a sociedade”, afirma o cientista político.


O especialista reconhece que o cargo acaba não sendo tão importante para a maioria dos brasileiros. Isso porque parcela significativa do eleitoral decide em quem declinar voto nos últimos 10 dias da corrida eleitoral. “O brasileiro por uma questão de formação política e da nossa sociedade, sempre deu muita importância para o chefe do Executivo. Presidente, governador e prefeito”, continua Chagas.


O cientista político afirma ser importante ao eleitor se conscientizar sobre o papel do vereador e, assim, optar por nomes comprometidos com a comunidade que ele pretende representar. "Além da questão de eleger, as pessoas precisam participar das auditorias públicas, reuniões públicas, conselhos. Só dessa forma poderão solicitar o que querem de verdade e fiscalizar bem de próximo, o que está sendo realmente realizado pelos candidatos que elas votaram”, conclui Chagas.


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