Mães pedem mais atenção do poder público à área da saúde da criança em Santos

Queixas de munícipes referem-se principalmente à demora para conseguir atendimento na rede pública de saúde

Por: Liliane Souza  -  05/10/20  -  15:21
Munícipes contam que levam meses para conseguir marcar consultas para os filhos na rede de saúde
Munícipes contam que levam meses para conseguir marcar consultas para os filhos na rede de saúde   Foto: Irandy Ribas/AT

Demora para conseguir marcar consultas e exames para crianças estão entre as queixas de moradoras de Santos ouvidas por ATribuna.com.br. Com a proximidade das eleições, munícipes pedem mais atenção do poder público na área da saúde da criança.


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Santos conta atualmente com 32 policlínicas distribuídas pela cidade, mas nem todas as unidades oferecem um atendimento satisfatório, conforme aponta a dona de casa Adriana Corrêa, de 53 anos.


“O atendimento aqui na policlínica da Caneleira está péssimo. Já entrou pediatra, saiu pediatra, voltou pediatra”, conta a munícipe, que costuma levar o filho na policlínica da Caneleira, na Zona Noroeste.


Moradora do bairro, ela pede que o poder público aumente o número de médicos para que a população não precise esperar tanto para ser atendida.


“Para conseguir a consulta demora dois, três meses. Quando consegue a consulta você não consegue fazer os exames que a médica pede”, conta a moradora.


Adriana diz que também espera mais atenção do poder público na UPA da Zona Noroeste. “Às vezes acontece de eu chegar numa emergência com criança e o médico está em outro setor. É uma pediatra só, é bem complicado aqui”.


Para ela, é preciso haver mais investimento na contratação de médicos e enfermeiros para as UPAs da cidade. “A UPA melhorzinha é a Central, porque a da Zona Noroeste é muito demorada. Você pode chegar na segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado, feriado, que é super demorada para qualquer


atendimento, tanto adulto como criança. A estrutura da UPA da Jovino de Melo [Zona Noroeste] e a estrutura da UPA Central é boa, só que faltam mais médicos, mais enfermeiros”.


Já a dona de casa Diana de Melo Isidoro, de 31 anos, reclama da dificuldade para conseguir marcar consulta para a filha de um ano no Ambulatório de Especialidades (Ambesp) da Zona Noroeste.


Ela conta que a bebê tem sintomas de uma doença rara e por isso está tentando marcar consultas e exames; porém, ainda não conseguiu.


“Minha filha tem sintomas de síndrome de Turner. Já falaram que não tem mais endocrinologista aqui, médico para minha filha. E ela precisa fazer os exames para saber se está tudo bem. Eu nem sei como vou fazer”, lamenta.


Atenção à saúde criança


Além do atendimento nas policlínicas, hospitais e UPAs da cidade, também integram a rede de atenção à saúde da criança em Santos o Serviço de Atenção Especializado Infantojuvenil (SAE) e as três unidades do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPS).


Com exceção do SAE e dos CAPS destinados a adultos, as demais unidades da rede de atenção especializada de Santos também atendem crianças, como os Ambulatórios de Especialidades, o Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual e o Centro de Referência em Saúde Auditiva.


Em nota, a Secretaria de Saúde de Santos informa que não procede a manifestação sobre tempo de espera de três meses para consulta na Policlínica São Jorge/Caneleira. Leia a nota na íntegra:


A Secretaria de Saúde de Santos informa que não procede a manifestação sobre tempo de espera de três meses para consulta na Policlínica São Jorge/Caneleira. A unidade está inserida na Estratégia de Saúde da Família e conta com três médicos generalistas, que atendem de crianças a idosos, além do suporte de um pediatra para atendimento de crianças de 0 a 2 anos. O tempo atual de espera pela consulta é de até 17 dias – antes da pandemia o prazo era de uma semana. 


Sobre a UPA da Zona Noroeste, a unidade inaugurada em fevereiro de 2019 oferece maior infraestrutura para atendimento de pediatria e conta 24h com profissionais da especialidade, sendo dois pediatras durante o dia e um no período noturno. A UPA funciona em sistema de classificação de risco, sendo os casos mais urgentes (vermelho e amarelo) atendidos na unidade em até 15 minutos; já os de menor complexidade (verde e azul), em até 32 minutos.


O atendimento de endocrinologia infantil é oferecido no Ambesp Dr. Nelson Teixeira. No caso da paciente citada, a consulta está marcada para o dia 23 de outubro. Após encaminhamento das policlínicas, os pacientes são inseridos na listagem eletrônica, que segue a data do pedido médico e urgência do caso.


Vale ressaltar que as consultas eletivas (agendadas) foram retomadas, gradativamente, a partir de 15 de junho, após três meses suspensas por causa da pandemia da covid-19, seguindo as recomendações da Resolução da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo (SS - 28, de 17 de março).


 As consultas especializadas são marcadas pela Central de Agendamentos, que liga aos pacientes e também recebe chamadas pelo telefone 0800-9425055, de segunda a sexta (8h às 20h).


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