Associação Nacional de Jornais lamenta censura imposta sobre pesquisa eleitoral em São Vicente
Entidade afirma que “impedir sua divulgação é desserviço ao direito de o cidadão ser livremente informados, sobretudo nesse momento de definição do voto”
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) lamentou a censura imposta pelo juiz da 177ª Zona Eleitoral, Otavio Augusto Teixeira Santos, que proibiu a divulgação da pesquisa do IPAT, feita por A Tribuna, sobre a corrida eleitoral de São Vicente. O magistrado acatou pedido da coligação do candidato Kayo Amado (Pode), sob a alegação de que a sondagem “possui inegável peso em uma corrida eleitoral, especialmente quando divulgada um dia antes da realização das eleições”.
Em nota, a entidade que representa os periódicos nacionais afirma que a pesquisa eleitoral em questão “segue os mesmos padrões de pesquisas anteriores”. Destacou ainda que “impedir sua divulgação é desserviço ao direito de o cidadãos serem livremente informados, sobretudo nesse momento de definição do voto”.
A ANJ espera que o recurso de A Tribuna contra a decisão do juiz seja prontamente atendido, com o restabelecimento do pleno direito à informação, como determina a Constituição Brasileira. O departamento jurídico do Grupo Tribuna já apresentou defesa para reverter a decisão provisória que impediu a publicação da sondagem de intenção de votos.
Entenda o caso
Amado ingressou na justiça eleitoral pedido para impedir a divulgação da última sondagem de intenção de votos ao Executivo vicentino. Em tutela de urgência (antecipação de decisão), o concorrente obteve a suspensão do resultado que seria publicado na edição deste sábado (28), no jornal A Tribuna.
O magistrado indicou aspectos que não estariam em conformidade com a lei, como a ausência de ponderação dos entrevistados quanto ao nível econômico, irregular fusão de estratos de grau de instrução dos entrevistados e quantidade de entrevistados por bairros vicentinos.
A pesquisa foi registrada no TRE-SP sob número de identificação SP-08707/2020.
De acordo com o advogado Mauricio Cury, responsável pelo Departamento Jurídico do Grupo Tribuna, a decisão foi um erro. “O douto juiz, pela leitura que fizemos, foi lamentavelmente levado a erro”, afirma.
O Instituto de Pesquisas A Tribuna é reconhecido por ter um dos maiores índices de acerto durante os processos eleitorais. Segundo coordenador do IPAT, Alcindo Gonçalves, o instituto foi o único a apontar que Solange Freitas (PSDB) e Kayo Amado estariam no segundo turno.
