Gás Natural: energia limpa e segurança energética

Reforço da infraestrutura é fundamental para ampliar oferta e garantir competitividade

Por: Conteúdo Patrocinado  -  29/04/24  -  16:28
Mais de 600 navios transportam GNL para aproximadamente 200 terminais em 48 países por todo mundo: mercado em expansão
Mais de 600 navios transportam GNL para aproximadamente 200 terminais em 48 países por todo mundo: mercado em expansão   Foto: Adobe Stock

Em fevereiro, o Brasil ligou o sinal de alerta, com o volume de chuvas no mês de janeiro, o pior da série histórica, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica em todo o País.


Para agravar o quadro, a onda de calor no verão causou recordes de demanda de energia, com aparelhos de ar-condicionado ligados no máximo.


De acordo com o ONS, o cenário mais pessimista indicava que os reservatórios das hidrelétricas poderiam ficar pela metade no período seco. E a maior preocupação é uma reprise da maior crise hídrica da história do país, em 2021. Naquele ano, o acionamento das termelétricas foi fundamental para que o Brasil não sofresse um apagão — e as usinas a gás natural tiveram papel fundamental no fornecimento.


"O gás natural é uma garantia de segurança energética. É uma fonte de energia constante, despachável e resiliente", diz o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.


As distribuidoras de gás canalizado, diz ele, têm feito seu papel para levar esse energético a mais pessoas e municípios. “São mais de 4,5 milhões de clientes diretos conectados à rede de gás canalizado em todo o País. Somente em 2023 foram adicionados mais de 253.000 novos clientes — uma alta de 5,9% ante o ano de 2022. A rede ultrapassa mais de 43 mil quilômetros em 495 municípios, com adição de 1600 quilômetros construídos em 2023.” Já na Baixada Santista, são mais de 460 km de gasodutos de distribuição conectando aproximadamente 70 mil consumidores de gás natural, entre indústrias, residências, comércios e postos de Gás Natural Veicular (GNV).


Mercado Global de GNL
Mercado Global de GNL   Foto: Rystad Energy

O Brasil tem sete terminas de GNL


O Brasil também conta com os terminais de GNL — gás natural importado em forma líquida, resfriados a mais de 160º C negativos, em navios robustos de armazenamento. São sete em operação: dois no Estado do Rio de Janeiro, um na Bahia, um no Sergipe, um no Pará, um em Santa Catarina e outro no Ceará — dois deles foram inaugurados este ano.


E mais outro terminal está a caminho: o Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP), investimento de aproximadamente R$ 1 bilhão na Baixada Santista, com capacidade de regaseificação de 14 milhões de metros cúbicos de gás por dia. A operação será apoiada por um navio FSRU, que fica ancorado numa instalação fixa que converte o gás em forma líquida para o estado gasoso.


Uma das expectativas é que esse gás natural, pela própria flexibilidade permitida pelo GNL, possa funcionar como um parceiro para a expansão do biometano, em função da sazonalidade de produção de gás renovável, predominantemente vinculado à safra de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo.


O gás natural, por si só, cumpre papel ambiental relevante. Na Baixada Santista, foi determinante para a melhoria da qualidade do ar e a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) na década de 1990, quando foi o substituto de combustíveis mais poluentes até então utilizados na indústria — carvão e óleo combustível.


"Os terminais de GNL são uma alternativa segura e eficiente para garantir o abastecimento de gás. A Espanha, por exemplo, não é um país produtor e recebe parte significativa de seu gás em terminais de GNL. No Japão, o suprimento de energia é majoritariamente assegurado pelo gás natural procedente de terminais de GNL. E a Alemanha, depois da guerra da Ucrânia, também passou a depender desta tecnologia, que é dominada há mais de 60 anos. Na Baixada Santista, o TRSP representa uma nova alternativa competitiva de suprimento de gás natural para o Estado de São Paulo e o País. Será de imensa importância para garantir a segurança energética", afirma Mendonça.


De acordo com dados da International Gas Union (IGU), o mercado cresceu 6,8% em 2022, inclusive com o uso de GNL em navios de carga e passageiros, como substituto de óleo combustível (bunkering). Já são mais de 660 navios de GNL atracando em segurança em pelo menos 200 terminais – inclusive em estuários de cidades como Boston e Rio de Janeiro. No total, são 20 exportadores como Estados Unidos e Austrália conectando 48 países importadores em uma lista que inclui França, Inglaterra, Itália, Alemanha e China.


Comparativo de Intensidade de Carbono (CO2 E/MJ*)
Comparativo de Intensidade de Carbono (CO2 E/MJ*)   Foto: IPCC

Versátil, gás natural é ‘ponte’ para alcançar as metas de descarbonização


De acordo com dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a reserva girante do sistema elétrico brasileiro (estoque de energia) caiu de sete meses para quatro meses com a redução da participação de hidrelétricas na matriz elétrica, de 80% em 2006 para 50% em 2023.


"Hoje, a gestão do sistema elétrico sofre com picos repentinos de consumo de energia, não existe mais um “horário de ponta”, e a geração solar, com o cair da tarde, deixa de contribuir para o sistema", explica o diretor técnico-comercial da Abegás, Marcelo Mendonça.


A melhor solução para garantir a segurança de abastecimento e preservar o volume de água nos reservatórios das hidrelétricas, diz ele, é reforçar a infraestrutura de gás natural.


"É uma energia versátil, que pode ser usada não só na geração de energia elétrica, mas em diversas aplicações na indústria, no comércio e nas residências, tanto na cocção como no aquecimento de água do chuveiro", explica Mendonça.


"E o incremento da oferta de gás pode cumprir um papel relevante na transição energética e para alcançar as metas de descarbonização do País acordadas na Conferência sobre a Mudança do Clima, a COP. O gás natural é muito mais limpo que diesel, carvão e óleos combustíveis. E funciona como uma ponte para a consolidação das novas renováveis, como eólicas e solares, que são relevantes, mas são intermitentes. Não por acaso, o Parlamento Europeu aprovou, em 2022, uma nova taxonomia para atrair investimentos sustentáveis e incluiu o gás natural nessa indexação. E a infraestrutura de gás canalizado abre caminho para o crescimento do gás de origem renovável, o biometano, como ocorreu na Suécia e vem ocorrendo no Ceará e no interior de São Paulo”, acrescenta o diretor técnico-comercial da Abegás.


“O gás natural é o melhor substituto do diesel no setor automotivo, especialmente no transporte de carga e passageiros. O Brasil já produz caminhões e ônibus a gás e biometano. É preciso incentivar todo o potencial de aumento de oferta para estimular essa agenda positiva”, complementa o executivo.


Boa parte da produção nacional de gás vem das Bacias de Campos e Santos, em plataformas offshore (em alto mar). De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão do Ministério de Minas e Energia (MME), o potencial é de crescimento do volume de produção em aproximadamente 80% até 2032, chegando a 134 milhões de metros cúbicos/dia — o que, na visão da Abegás, depende de investimentos em infraestrutura para escoar, tratar e transportar esse gás. Outra fonte é a Bolívia, que viu sua capacidade de produção cair de 59 milhões para 37 milhões de metros cúbicos/dia em nove anos. Há, ainda, uma florescente oferta de biometano (gás renovável).


CONTEÚDO DE RESPONSABILIDADE DO ANUNCIANTE

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